Domingo, 10 de Abril de 2005

Fez-se justiça, é o mínimo que se poderá dizer. O acto eleitoral de 30 Julho findo para os órgãos concelhios do Partido Social-Democrata de Leiria por estar prenhe de fraude vai ser repetido – e só poderia ser -,  não obstante haverem esgotado todas as forças e empenhos para que prevalecesse a “aldrabice”. Por outro lado, fez-se justiça porque o epíteto “é claro que não me revejo naquela gente” foi devolvido a quem de direito melhor assenta porquanto a fraude não estava “naquela” antes sempre esteve “nessa” – que é a sua - gente que de facto é muito ruim, a ajuizar pelo que no-lo é dito pelo histórico comportamental.

 

E, perdoe-se-me a ousadia mas não posso deixar de citar o que ao tempo disse, ou seja; “quando parti para a luta, sã e democrática, fi-lo animado das melhores intenções porque afinal a meus olhos Leiria continua com as mesmas carências de há seis anos e picos atrás, fi-lo porque a tanto também fui instado, tal é a insatisfação dos munícipes, mas fi-lo também porque quero mais e melhor para os cidadãos do meu Concelho, e francamente tal é possível, e de todo incapaz seria de zelar interesses tão-só de uns quantos, fi-lo por um sentimento de justiça e de igualdade, nada mais.”

 

E, “nada mais”. Não havia da nossa parte, de ninguém da lista da qual fazíamos parte, nenhuma pré-determinada intenção de assalto ao poder, tão-só nos parecia que poderíamos dar um contributo sério, honesto e desinteressado, por amor à minha cidade. É que a defesa das causas com convicção, Meu Caros, é como o amor – ou se tem, ou não se tem – e este não é sentido do mesmo jeito entre os homens e as mulheres, posto que, como muito bem observou Óscar Wilde, os homens amam pelo que “vêm”, as mulheres amam pelo “ouvem” e foi na comunhão deste princípio, que a meus olhos era dado ver, que assumi um compromisso de cidadania; dar contributos em prole da minha cidade; como o fizera no passado sempre desinteressadamente.

 

Mau grado a boa vontade, o processo decorreu como se viu e mais o que não se sabe, em matéria de procedimentos, que por decoro ficamos por aqui. Mas, tarde é o que não vem, e por isso muito nos congratulamos por saber que no PSD nem todos ganham à custa da fraude, daí que, ao que me é dito, o conselho de juridição nacional não teve quaisquer dúvidas em confirmar por “unanimidade” os factos apurados pelo conselho de juridição distrital.

 

E, agora Zé! Sim, e agora? Agora, se acharem bem, façam o favor de reflectir, maduramente, sobre o mal que os fraudulentos fizeram criando uma inaudita divisão no partido e não fiquem a pensar que o povo do concelho é sempre burro e também não dêem por adquirido que votam sempre às cegas no PSD, porque quem faz um cesto faz um cento; para quem empunhava a bandeira da honestidade, muitos créditos tem vindo a perder.

 

E por favor tomem em conta que, é mau, é péssimo, é paupérrimo para a verdade democrática que quem vai a plenário não se comporte com civismo, e, se não souber falar, pelo menos que saiba ouvir, porque fazer arruaça em plenário para além de má educação (que também faz muita falta por cá) não é fazer política, de contrário com essa gente Leiria continuará na ordem do dia, pelas piores razões, já se vê!

 

Leiria, 10 Abril 2005



publicado por Leonel Pontes às 17:36
A participação cívica faz-se participando. Durante anos fi-lo com textos de opinião, os quais deram lugar à edição em livro "Intemporal(idades)" publicada em Novembro de 2008. Aproveito este espaço para continuar civicamente a dar expres
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