Segunda-feira, 15 de Outubro de 2007

A coisa já arrefeceu, mas foi notícia.

 

O país inteiro da base ao topo deu o seu bitaite. Desta vez foi o sopapo, ou o gesto - o que vai dar no mesmo - do seleccionador nacional. Foi pena, mas aconteceu! Poder-se-á dizer que foi um mau momento na vida do homem, mas todo o homem que é homem, por certo, já experimentou um dia aziago; deu um murro na mesa.

 

Todavia, aquele, condutor de homens, em Portugal, sempre pugnou pelas boas práticas e sobretudo pelo fair paly. E, nas lições que professa segue uma matriz racional com vinte atitudes, cremos que todas elas provindas da escola do seu guru, o professor motivacional Gretz.

 

Mau grado, todo o seu saber e empenho que a missão exige, negligenciou uma, apenas uma; o autodomínio, atitude que um outro guru do comportamento motivacional previlegia; o americano Daniel Goleman.

 

Provocado, num instante deixou vir ao cimo, um ponto fraco que num ápice se tornou num ponto forte para a imprensa, para a imprensa desportiva. E, vai daí, sem o esperar adquiriu matéria-prima a custo zero – aliás não é caso único no panorama nacional porque no que somos mesmo bons é em notícias bombásticas.

 

A imprensa sérvia, nada de relevante disse, o seu Presidente da República estava a ver o jogo aqui, em Portugal e, eventualmente, ter-se-á arrepiado no momento. Mas logo pensou, isto é futebol! E, depois escrevem, escrevem que se desunharam e vendem e venderam jornais a esmo. Viram, reviram, esfolam, fazem vitimas, encomendam-nos, dão-lhes enterro, dão-lhes bênçãos. Enfim, escrevem.

 

E, se ao menos, muitos desses escritos, e até dos ditos, estivessem em bom português, por certo, não nos deliciaríamos com os conteúdos, mas arregalávamo-nos com a forma.

 

E, em consequência vem sempre a eterna história de dizerem que andamos nós, portugueses, a pagar impostos para isto! Pois bem, já agora, deixem-nos que vo-lo digamos, a FPF é uma Instituição de Utilidade Pública e de Utilidade Pública Desportiva, mas tal não pressupõe que esteja a coberto dos fundos do orçamento do estado.

 

A FPF, obviamente, tem relações com a tutela, boas, e procura tê-las de modo irrepreensível com todos os intervenientes no fenómeno desportivo, mas daí a consumir o dinheirinho dos contribuintes, isso nunca. Celebra, convêm dize-lo, contratos-programa específicos, os quais não chegam a pesar seis por cento no orçamento da instituição.

 

E, o que paga em impostos, nem é menos do que recebe, ou seja; chega a ser contribuinte líquido. Ironicamente até diríamos que, se por um acaso, o estado deixasse dos celebrar, teria muito mais custos, porque é bom que se saiba que quem está no desporto, presta um serviço de relevo ao país dando ocupação cívica a milhares de jovens que de outro modo perder-se-iam na penumbra dos malefícios que a sociedade lhes oferece. Infelizmente, não há bela sem senão!

 

Outrossim, não fora o bom-nome da Selecção “AA” jamais poderíamos vender um cêntimo de patrocínios. E, para que isso aconteça, para que esse produto seja vendável são necessários quadros bons, bons técnicos, bons tudo, de outro modo - e lembro que ainda não vai longe o tempo que o dinheiro para salários era uma aflição; falidos era como estava a FPF.

 

E, pelo trabalho de muitos hoje paga os seus compromissos a tempo e horas, goza de crédito e de credibilidade, é respeitada e leva o nome de Portugal por todo o mundo, sigam-lhe o rasto e vendam também outros produtos nacionais!

 

Portanto, se todos fizerem como alguns opinion maker tínhamos mais uma empresa igual a muitas outras mais; insolventes (agora até têm um código novo de insolvência).

 

E esses que por teimosia fazem opinião em vez de informação, a esses, lembramos que é bom olharem para dentro da sua casa, já que vivem às custas do dinheiro dos portugueses, esses sim, tal seja a estação pública de informação que recebeu dos cofres do estado o ano passado, segundo apurámos do seu Balanço de 2006 mais de 200 milhões de euros de fundos públicos. Da gestão não ousamos falar, mas não deveriam autofinanciar-se?  

 

Em suma, às vezes, mesmo com autodomínio, é preciso dar um murro na mesa e o seleccionador nacional não tinha razão para dar o seu, mas infelizmente esticou o braço a Dragutinovic. Paciência.

 

Quem não gosta da selecção de todos nós, sempre haverá de encontrar uma razão para depreciar. Antes de opinarem informem-se. Em nada nos anima o estado do país, por isso defendemos a marca Selecção Nacional. E, já agora, se quiserem, vamos fazer um Portugal novo. Mas é preciso trabalhar, dando inclusivé um murro na mesa, se caso disso!

 

Leiria, 2007.10.15

 



publicado por Leonel Pontes às 17:40
A participação cívica faz-se participando. Durante anos fi-lo com textos de opinião, os quais deram lugar à edição em livro "Intemporal(idades)" publicada em Novembro de 2008. Aproveito este espaço para continuar civicamente a dar expres
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