Diz-me o meu (salvo seja!) jornal; que ando a escrever demais “não escreva mais até escoar o seu stock!” E, em consequência, penso: mas porque hei-de escrever e perder tempo com textos que nunca são publicados (outros sê-lo-ão!) Mas, logo a seguir interrogo-me. Mas o que vejo à minha volta merece reflexão.
Quando saio fora do país - gosto de saber sempre mais – gosto de saber como fazem os outros povos, como são educados, como ganham a vida, como vivem e até como morrem (esta parte também preocupa) penso que o meu país nem é mau. Maus, verdadeiramente maus, somos nós; os homens (ou se calhar, nem somos maus, somos é burros! embora amigo meu (será!) em tempo tivesse dito e escrito que tinha morrido o último burro da sua terra. E morreu?)
Mas, porque escrevem os que escrevem? (escrever, bem ou mal, não faz mal a ninguém; mas tem consequências!). Escreve-se porque se pensa! E, sinceramente, eu penso – de há muito - que estamos com futuro adiado, posto que, o que nós verdadeiramente sabemos fazer; é não fazer nada para sairmos desta porcaria de vida em que temos vindo a cair.
Ultimamente, temos assistido a manifestações públicas sobre educação (e todos dizem que sabem do que falam). E, de antemão concluindo, o que nós verdadeiramente precisamos é de novos educadores, o que nós precisamos é de refundar o país a partir da educação (não a educação daqueles que não se entendem para arranjar um líder. Ainda vamos ter mais do mesmo!) dado que a educação de um homem começa sempre três gerações antes da sua concepção.
Quem nos ler, aceite esta reflexão, e não pedimos desculpa a ninguém, nem aqueles amigos que têm a profissão de professor (sendo que professor é aquele que aprende, ensinado; quem não sabe ensina, quem sabe faz) precisam de mudar a mentalidade educativa.
Talvez por isso há quem escreva adulterando realidades, como aquele que faz publicar pseudo sondagens. Este sujeito é, ou foi bem-educado. Não. Ou, aquele bancário que enriquece sugando parcas economias; foi bem-educado? Não. E, o empresário (infelizmente, raça em extinção) que não cria cadeia de valor, para todos, entre os que o servem; foi bem-educado?
Embora arrojado - cremos que não - aquele gestor que gere sem observância ética dando privilégios e preferências nos negócios – como a Leirisorpt – Foi para obter vantagem competitiva? Não, não foi. E está bem-educado? Também não. E, aquele que goza de reputação pública e daí tira uso e abuso de indefesas crianças, foi bem-educado? Não. E, aquele que, sabendo e vendo que o País tem muito (se não tudo, porque a evolução dos tempos pede sempre mais) por fazer e não vê o que fazer, foi bem-educado. Claro que não.
A política de educação não pode ser uma coisa desgarrada, isto é, de que valeria saber muita matemática se só faço contas a contar comigo! Daí que é frequente ouvir os políticos a dizer que “temos de travar um combate” para isto e mais praquilo (termo, de que não gosto muito, porque trás à memória combates de guerra – embora tivesse sido militar de gabinete) mas agora sim, penso que precisamos mesmo de “travar seríssimos combate pela educação” e pela ética. De outro modo, mais dia, menos dia, há mesmo combate; combates.
Penso, logo existo, e enquanto existo, escrevo, mesmo que seja para o stock!
Leiria, 25.04.2008