Quarta-feira, 13 de Maio de 2009

A coisa não é bem assim! Quando se fala do Brasil, fala-se como que a apoucar, enfatizando o lado negativo “estão em todo o lado!” E, de facto ocupam as mais díspares funções, até às de proeminência pelo mundo fora.

 

Mas, o Brasil não tem só à volta de 200 milhões de almas; gente animada, gente que vê festa e alegria em tudo o que faz. Como se sabe, o Brasil é um enormíssimo espaço geográfico de diáspora disseminada pelo mundo. Mas é, sem margem para dúvidas uma potência económica e financeira. É o celeiro do mundo. Ponto.

 

Algumas vezes ali nos deslocámos – não para apanhar banhos de sol ou comer rodízio – ali fomos exactamente para melhor compreender aquele espaço económico que não exporta só e apenas mão d’obra e novelas.

 

É certo que, quando se fala daquele país, uma outra imagem que nos salta à vista, a incomensurável dimensão das favelas e tudo quanto encerram de ruim.

 

Mas, nem isso retira pujança ao país, mesmo com notórias insuficiências, passou de país que pede, a país que pode dar, isto é; passou de devedor a credor do Fundo Monetário Internacional (FMI). E, de resto no último “meeting” do G20 que decorreu em Londres, o Presidente Inácio da Silva não cabia em si de contente ao anunciar que o seu governo disponibilizou para o FMI 3,4 mil milhões de euros para acudir às necessidades de países em dificuldades de crédito.

 

Por outro lado, ao ser questionado pelos jornalistas, disse ainda, com incontida satisfação “você não acha chique o meu país emprestar dinheiro para o FMI?”

 

Emprestar dinheiro era coisa não admitida, por muita gente, ainda não há muito tempo. Ah! mas o Brasil tem muita pobreza! Pois tem! Mas a pobreza não se combate, nem se erradica dando dinheiro, muito dinheiro, a quem não quer trabalhar. Só se poderá amealhar, ter dinheiro para emprestar se todos fizerem alguma coisinha!

 

Ao invés, nós por cá, entrámos numa aspiral de queda sem precedentes, e em consequência há quem diga também que era coisa nunca esperada. Lamentamos de discordar, posto que as evidências no-lo afirmavam o contrário.

 

Em vez de levarmos os cidadãos ao trabalho, à poupança, à iniciativa, ao empreendedorismo, sempre optámos por seguir caminhos fáceis. Por outro lado, quem também havia de incentivar ao trabalho e até à disciplina eram os sindicatos. Porém sempre os vimos preocupados em garantir a continuidade de “sindicalistas militantes”. Em 35 anos de democracia quanto rodaram as primeiras figuras dos sindicalistas em Portugal?

 

Inácio da Silva, um sindicalista, cedo percebeu que o mundo do trabalho era outra coisa mais profunda e bem mais sustentada. Cedo percebeu que não se pode dar, não se pode oferecer, não de pode pedir o que se não tem. Sem organização, sem produção, sem o esforço de todos não há futuro.

 

Mas, o nosso governo tem tomado medidas! Pois tem! Mas são medidas avulsas, que não têm articulam entre si – e por isso, só por isso! – em nada têm contribuído para que possamos tirar o pé da possa. E assim, a única coisa que deixaremos pró futuro são dívidas. Há anos que nestas páginas deixamos reiteradas chamadas de atenção sobre “endividamento geracional”.

 

Leiria, 2009.05.13



publicado por Leonel Pontes às 01:20
A participação cívica faz-se participando. Durante anos fi-lo com textos de opinião, os quais deram lugar à edição em livro "Intemporal(idades)" publicada em Novembro de 2008. Aproveito este espaço para continuar civicamente a dar expres
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