Quinta-feira, 22 de Outubro de 2009

Quem nos vê, vê com os seus olhos, que vêem o que vêem! Podemos querer mudar-lhes a opinião, argumentando mais pra cá, mais pra lá - mas isso já é outra coisa -, daí que, podemos até ser entendidos como quem está a querer fazer os outros de burro. Não é?

 

Quem chega a Portugal, não deixa de ver o que vêem; assimetrias, tais sejam, as rodovias, os monumentos, a restauração e o mais.

 

Um dia destes tivemos visitas de estrangeiros, de país da União Europeia – e, a propósito são estrangeiros, ou o que são? Se já não fazemos exportações para os Estados-membros, mas sim transacções intracomunitárias, também as pessoas deixam de ser estrangeiros, para serem; o quê? –, que à medida que viam o país, vendo-o com os seus olhos iam exclamando.

 

As nossas rodovias merecem elogios, pese embora mais parecerem pistas de alta velocidade. Mas logo se vê que país parece ter mais solo ocupado com rodovias do que solos de cultivo. Por outro lado, vê-se que se desprezaram as rodovias do litoral, ditas “estradas das matas”.

 

E, de facto as estradas das matas estão em estado deplorável, e veja-se até o que acontece na ponte que assegura a ligação entre a praia de Vieira de Leiria e a Praia de Pedrógão. Cai, não cai, e assim está há anos.

 

É assim por todo o país, estradas caríssimas, de portagem ainda mais, a serem utilizadas por poucos. Enquanto isso, outras – as tais estradas das matas - estão ao abandono, isto é; com reduzidíssima utilização. Pudera, são autênticas ratoeiras!

 

Depois ao verem – a seu pedido - uma cidade que é património mundial e o seu ex-líbris o Palácio da Pena, qualquer olhar mais distraído, logo vê que é uma pena o estado de conservação do Palácio. Pinturas que já não são, paredes pejadas de musgos, o interior fechado às visitas, – quem quiser ver mais tem de comprar um DVD no free shope –, recantos cheios de toda a espécie lixo, porque não há zeladores.

 

Enfim quem nos vê até acha que bem poderíamos ser bem mais asseados. Mas cobram-se dez euros por visitante - ao que as nossas visitas disseram - o preço é bem “salgadinho”. Então, porque não se dá emprego, ou se põe mesmo lá esses que recebem do rendimento, a zelar por aquele património. E outro, por esse Portugal fora.

 

Depois, a restauração. Ou lavamos as nossas visitas a uma unidade de top e pagamos por uma só refeição o que daria para uma semana inteira, ou teremos de os levar a sítios mais espartanos. E, aí volta-se a ver miséria, casas de banho com um tremendo fedor a “mijo”, escaparates sem papel, funcionários a limpar os ouvidos com a ponta da esferográfica enquanto atendem.

 

E ao verem que têm ali estrangeiro logo se apreçam a puxar pela conta. Isso sem falar das faltas de parqueamentos a contento. Neste particular do “parqueamento” nem precisámos de ir mais longe, bastou sair à porta de casa para termos que andar quase por cima dos carros, uma indisciplina sem medida.

 

Pois, mas a autarquia legalizou o estabelecimento! Mas é assim, que queremos dar uma imagem de um Portugal moderno? Nós, pela força do hábito aceitamos tudo. Quer dizer! Aceitamos, respingando. Em vão, claro! Muito mais teríamos para botar na carta. Mas se, se quer que o nosso país seja um país de serviços ao turismo, como dizem ser essa a nossa vocação, então teremos que dar uma volta muito grande à coisa; de outro modo quem nos visita faz apreciações muito negativas do nosso país (que somos nós todos, porque sem cidadãos não há país).

 

E, havendo melhor é para lá que os turistas vão gastar os seus cobres. Até nós!

 

Leiria, 2009-10-25



publicado por Leonel Pontes às 13:20
Quarta-feira, 21 de Outubro de 2009

Quando este texto vier a público, o país já terá um governo novo; sobre o qual todos estaremos de olhos postos. Olhar a governação da coisa pública é um dever cívico. Por isso, da nossa parte – como sempre ousámos – civicamente, retomaremos o nosso telescópio político do qual estivemos em pousio.

Com efeito, o governo novo saiu de recente acto eleitoral como é sabido. Como sabido é que durante as campanhas muito é dito, muito é prometido, muito é contraditado, mas muito mais é esperado.

Mas por certo temos que o actual status só será vencido se todos dermos contributos. Leais. Os cidadãos têm de fazer a sua parte, os políticos têm de fazer jus à missão que lhes foi confiada, a Assembleia da República não pode assobiar pró lado. E, o governo tem de efectivamente governar.

Se assim não acontecer, o melhor é entregarmos mesmo a alma ao criador. E para que se perceba bem a rácia da coisa, socorremo-nos de números - que são públicos – em ordem a, tanto quanto possível, demonstrar onde estamos e para onde vamos se não for atalhado caminho.

Durante o primeiro semestre do ano “o défice da balança comercial acentuou-se a ascendeu a 6.000 milhões de euros” Isto porque de entre sectores de vocação exportadora todos recuaram nas exportações, tais sejam; material electrónico menos 35%, material de transporte menos 28,6%, sector têxtil menos 18%, metais comuns e suas obras menos 34,9%, pasta de madeira, papel, cartão e suas obras menos 13,6%.

Da nossa fonte colhemos que o sector de calçado merece nota à parte porquanto foi dos poucos, se não o único, que contribuiu positivamente para a balança comercial, ou seja enviou mais para fora, do que adquiriu.

E trouxemos estes números à discussão porquanto todos dizem que a nossa salvação está na exportação. E de facto assim é. Mas, francamente, pelo que conhecemos da actividade económica, porque todos os dias lidamos com esta matéria, o governo tem de meter as mãos na massa e já, de outro modo esta pode azedar e depois não haverá pão pra ninguém.

Durante a dita campanha - propícia para deixar alertas - assim fizemos junto de certo governante, que tutela área económica, para situações burocratérrimas e por isso impeditivas para que o país tenha ele mesmo vocação exportadora. Alertámos para incompreensível burocracia que afecta decisivamente determinada empresa, sediada em Leiria, única no país no seu sector, de vocação exportadora, mas de concreto continuamos a ter o alheamento e o esquecimento do governo para a tão apregoada quanto necessária competitividade. Não estão a fazer a sua parte.

As eleições ganham-se com verdade, o país governa-se com eficácia, os empresários gerem com eficiência. Se assim for o país não tem competitividade, se assim não for o défice da balança comercial sobe até estoirar. Um dos males do país está, efectivamente, na máquina burocrática do estado. Dissemo-lo publicamente, os empresários acharam bem. Mas o governante não!

Assim não vamos lá. Faltam-nos valores!

Leiria, 2009-10-21



publicado por Leonel Pontes às 16:29
Quarta-feira, 21 de Outubro de 2009

Quando este texto vier a público, o país já terá um governo novo; sobre o qual todos estaremos de olhos postos. Olhar a governação da coisa pública é um dever cívico! Por isso, da nossa parte – como sempre ousámos – civicamente, retomaremos o nosso telescópio político do qual estivemos em pousio.

 

Como sabido é que durante as campanhas muito é dito, muito é prometido, muito é contraditado, mas muito mais é esperado.

 

Mas por certo temos que o actual status só será vencido se todos dermos contributos. Leais. Os cidadãos têm de fazer a sua parte, os políticos têm de fazer jus à missão que lhes foi confiada, a Assembleia da República não pode assobiar pró lado.

 

O governo tem de efectivamente governar. Se assim não acontecer, o melhor é entregarmos mesmo a alma ao criador. E para que se perceba bem a rácia da coisa, socorremo-nos de números - que são públicos – em ordem a, tanto quanto possível, demonstrar onde estamos e para onde vamos se não for atalhado caminho.

 

Durante o primeiro semestre do ano “o défice da balança comercial acentuou-se a ascendeu a 6.000 milhões de euros” Isto porque de entre sectores de vocação exportadora todos recuaram nas exportações, tais sejam; material electrónico menos 35%, material de transporte menos 28,6%, sector têxtil menos 18%, metais comuns e suas obras menos 34,9%, pasta de madeira, papel, cartão e suas obras menos 13,6%.

 

Da nossa fonte colhemos que o sector de calçado merece nota à parte porquanto foi dos poucos, se não o único, que contribuiu positivamente para a balança comercial, ou seja enviou mais para fora, do que adquiriu.

 

E trouxemos estes números à discussão porquanto todos dizem que a nossa salvação está na exportação. E de facto assim é. Mas, francamente, pelo que conhecemos da actividade económica, porque todos os dias lidamos com esta matéria, o governo tem de meter as mãos na massa e já, de outro modo esta pode azedar e depois não haverá pão pra ninguém.

 

Durante a dita campanha - propícia para deixar alertas - assim fizemos junto de certo governante, que tutela área económica, para situações burocratérrimas e por isso impeditivas para que o país tenha ele mesmo vocação exportadora. Alertámos dizíamos para incompreensível burocracia que afecta decisivamente determinada empresa, sediada em Leiria, única no país no seu sector, de vocação exportadora, mas de concreto continuamos a ter o alheamento e o esquecimento do governo para a tão apregoada quanto necessária competitividade. Não estão a fazer a sua parte.

 

As eleições ganham-se com verdade, o país governa-se com eficácia, os empresários gerem com eficiência. Se assim for o país não tem competitividade, se assim não for o défice da balança comercial sobe até estoirar. Um dos males do país está, efectivamente, na máquina burocrática do estado. Dissemo-lo publicamente, os empresários acharam bem. Mas o governante não!

 

Assim não vamos lá. Faltam-nos valores!

 

Leiria, 2009-10-21



publicado por Leonel Pontes às 00:25
Quarta-feira, 14 de Outubro de 2009

Em tempo, em cavaqueira de repasto, dado amigo, a páginas tantas do parlapié, achando abstruso – aliás todos achámos! -, o que dizia um dos comensais, sem rebuço rematou “oh Senhor fulano você mente muito, não mente? Ao que o apontado prontamente respondeu: estou tão habituado a mentir que quando minto até penso que estou a falar verdade!” Claro que saiu forte risada.

 

E, por observação, constatamos que há gente que é mesmo assim, mentem e agem pensando que a vida é uma mentira e uma risota. Usando linguagem do povo dir-se-á que “mentem com quantos dentes têm na boca!”. Mentem com absoluto desprezo pelos princípios da verdade e da ética, e por isso julgam-se acima da lei de tão habituados andarem a mentir. Não se enxergam!

 

Porém, em sociedade – ou até fora dela - não vale tudo. Daí que, o que não for resolvido pelo diálogo, pelo respeito aos princípios, pela conduta ética, pelo cumprimento do legalmente estabelecido, alguma coisa haverá de ser feita para a reposição da coisa. E que haverá de ser? O Voto, pois então!

 

Com efeito, o voto deve ser usado para repor tais convenções, repondo a verdade e os princípios democráticos. De contrário, à falta de voto e sobretudo à falta da compreensão do verdadeiro valor deste, não teríamos democracia, antes teríamos uma ditadura.

 

E, salvo melhor opinião - esta é a nossa leitura - os cidadãos da urbe leiriense deram o grito de Ipiranga, o grito de liberdade, como jamais se havia visto, e por amor à organização deram um grito de revolta, qual toque a rebate. E, em Leiria fez-se luz, a esperança voltou.

 

E o que vínhamos ouvindo nos últimos tempos era uma enorme falta de confiança e desânimo entre as gentes que mais e melhor querem para Leiria. Ouvimos estórias inacreditáveis. Um - de entre vários - empresário leiriense que tem empresas disseminadas por vinte e seis Concelhos do país que dá emprego a muitas centenas de cidadãos, disse-nos que este concelho “é uma lástima” e mais disse nestas doridas palavras “se em Leiria não houver uma mudança, não invisto nem mais um avo nesta terra”.

 

Mas, e ainda no dizer do povo “a quem não quer um bom pai, dá-se-lhes um ruim padastro” e por isso finalmente em Leiria, os cidadãos compreenderam que o voto não é para sustentar um sindicato perpetuo, o voto serve para corrigir e trazer qualidade de vida para todos e não só a alguns. Por isso, uma vez mais o dizemos, Leiria mudou e, muito sinceramente, pensamos que mudança vai trazer outro ânimo aos empreendedores desta terra, vai trazer desenvolvimento social, vai trazer crescimento económico, e sobretudo qualidade de vida à região.

 

Mas para tanto terá de haver uma efectiva gestão na mudança desde logo na mudança em malévolas cabecinhas, a dos empatas, a dos donos da verdade, a das sanguessugas. Todos terão de dar - se quiserem e para seu bem -, o melhor de si, em ordem a contribuir decididamente para a tão ambicionada, quanto merecida mudança.

 

Atentos estaremos. Rumo é rumo, e doa a quem doer, deste não nos podemos desviar.

 

Leiria, 2009-10-14



publicado por Leonel Pontes às 17:15
Sábado, 10 de Outubro de 2009

 

Neste momento, ainda estou sob o jugo da ERC (Entidade Reguladora pª a Comunicação Social). Quando o jornal chegar à sua mão, já não. É que estive inibido de escrever durante o período eleitoral. Pensava eu que gozava de liberdade. Sem embargo do rigor pretendido, a regulamentação imposta é de funil. Nem todos respeitaram a lei, logo o que passa para uns, não passou para outros. Mas o que lá vai, lá vai!

 

E, terminadas as campanhas eleitorais é tempo de balanço. Assim, tirando o que ficou (e vai ficar) na mesma, valerá a pena fazer breve reflexão sobre do que muito foi dito e que bem poderia ter ficado por dizer. Uma coisa de cada vez! E, foram ditas barbaridades, tantas, que nem sabemos por onde começar. Sejamos sintéticos.

 

Dado candidato a primeiro-ministro a pretexto de partir a louça, e de tudo querendo mudar, enfatizou de modo reiterado que com ele - a pretexto de trazer mais justiça fiscal -, passar-se-ia a tributar todos aqueles que usam telemóveis das empresas. Não foi a primeiro-ministro, mas foi eleito deputado, vamos ver – quando à matéria se chegar – o que vai dizer e propor. Ou não!

 

E, teve seguidores. Os profissionais do comentário – ou debitadores (era isto que deveria dizer?) de sentenças – seguiram-lhe o trilho e logo disseram que sim, que os telemóveis em uso, por este e por mais aquele, ao serviço das empresas deveriam ser tributados.


Ora, quer políticos, quer comentadores, deveriam de saber mais do que falam, pois de contrário semeiam a confusão, e se há quem não os leve a sério – eu, por exemplo, mas ouço-os, entram-me casa dentro - outros existem que os ouvem venerandos e atentos.

 

Portanto, meus Caros, convém dizer, só dizer, porque explicar levar-nos-ia extenso texto, que o uso do património das empresas é tratado em sede fiscal como uma remuneração em espécie; isto é, o dito telefone, o carro, a casa, etc., segundo a lei portuguesa, quem usa em proveito próprio tais bens é tributado, inequivocamente. Sem dúvidas! Salvo para os relapsos. Mas o que está legislado, isso está.

 

Aqui temos uma diferença de tomo entre, quem não sabe ensina, quem sabe faz. Portando, políticos deste país digam o que pensam mas, pensem no que dizem, de contrário continuaremos a ser tão-só uns produtores de legislação. E é assim que vamos lá? E, os comentadores que opinem, mas do que sabem.

 

E a ERC que deixe de usar a pena, sob pena de cada vez estarmos mais pobres. Até de verdade! E assim vamos cá índo!

 

Leiria, 2009-10-06



publicado por Leonel Pontes às 14:27
A participação cívica faz-se participando. Durante anos fi-lo com textos de opinião, os quais deram lugar à edição em livro "Intemporal(idades)" publicada em Novembro de 2008. Aproveito este espaço para continuar civicamente a dar expres
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