Quarta-feira, 26 de Janeiro de 2011

Não era uma festa, mas quase! Não se vendiam como quem vende pevides, mas quase! Não eram fabricados a granel, mas quase! A miudagem não enriquecia, mas quase! Não evitaram o encerramento da pequena olaria, mas quase! Todos queriam ter um porquinho-mealheiro para guardar os tostões.

 

Na generalidade, os pequenos cofres, porquinhos, eram de barro. A asada gretinha por onde haviam de passar as moedas lá estava como que a rir-se. Os avós davam, o padrinho dava, as visitas de casa davam. Havia um sentimento de dádiva como se fora um rito.

 

Dizem que o pai do porquinho foi um francês, evento que já vinha (já não vem, porque o costume morreu) do século XVII. E porque inventou esta forma? Diz-se que foi para homenagear o simpático mama-e-ronca como símbolo reprodutor; ou não fossem as marrãs (isto, também foi coisa que nunca percebi; se ao pai se chama porco, porque é que à mãe se chama marrã!) autênticas parideiras; às dezenas!

 

A verdade, tal como hoje a vemos, é que em poucos anos se perderam um série hábitos por amor a “n” princípios para os quais se encontram – com toda a facilidade – outras tantas razões. E, por isso, já não existem mealheiros, como não se fazem as caseiras engorda do tromba rija.

 

É certo que Sócrates, um dia resolveu deambular por uma feira – naquele tempo não existiam os big shoping – lá da sua urbe e enquanto isto o povo curioso perguntava saber o que fazia ali tão ilustre figura. Ao que o filósofo respondeu: “ando a apreciar tanta coisa que existe e não me faz falta!”

 

Contudo, aos tempos de hoje o mealheiro porquinho faz falta, o que não faz falta é o mealheiro do “telemóvel” usado a esmo. Bem como não faz falta o sofisticado mealheiro “cartão de plástico”.

 

Sem hábitos de poupança, qualquer que seja a política governamental não progredimos. Não seria melhor educarem os miúdos à poupança, aos comportamentos cívicos em vez de os levarem para festas de rua “manifestações” de escola?

 

Porquinhos mealheiros, fazem falta. Mas destes!

 

Leiria, 2011.01.26



publicado por Leonel Pontes às 16:29
Sábado, 15 de Janeiro de 2011

Quando os cidadãos não vivem em equilíbrio emocional, inconscientemente, passam a desenvolver mecanismos comportamentais atípicos. Faltam-lhes alguns dos estádios de saúde e, em consequência derrogam códigos, mesmo quando habituados estejam ao seu manuseio.

 

Outrossim, o país é (e tem sido) governado por cidadãos que desenvolvem atípicos comportamentos mercê dum frenesim instalado ao qual convencionaram chamar de crise; e o que mais temos é crise. E há quem diga que ainda vai piorar. Pois vai! Essa é a nossa convicção de há muito.

 

Mas façamos breve reflexão!

 

Há anos (há décadas) que o país anda a consumir o que não tem. Sem embargo disso vendia abastança, o que no dizer do povo – e entenda-se neste povo aquele dito de rude, mas sábio! - quando diz: “quem cabritos vende e cabras não tem de algures lhes vem!”. Foi isso (ou é isso) que tem acontecido; de algures lhes vem o dinheiro – emprestado, claro! -, para de seguida o trocarem por bens que de fora também vêm.

 

Os portugueses são uns beneméritos! Têm andado a enriquecer os outros países. Por outro lado, outros beneméritos, também sem observância de quaisquer códigos – menos ainda os de ética -, embolsaram dinheiro que não era seu, desviando-os para contas pessoais (o que não aconteceu só nos bancos). E não foram parcos, 100 milhões de euros!? Num qualquer país civilizado, organizado, só poderiam ter lugar numa prisão.

 

Aferindo, pois, por aquilo que lemos, vemos e ouvimos, os comportamentos - não só de quem consome sem que nada tivesse produzido – tem vindo em degradação acentuada. Gestão danosa, roubo, falta de conhecimento para a gestão da coisa pública, descrédito, e tudo o mais que quem nos lê bem sabe.

 

Enquanto isso os mais conscientes - também há que diga que é medo - esses auto-afastam-se; fogem das teias. E, ante tudo isso, dizem os nossos credores “mas vocês estão todos rotos” andaram a meter dinheiro em sacos sem fundo e nem sempre justificado como deveria.

 

Gastaram à tripa forra; não fizeram gestão como se impunha, não produziram, endividaram-se, não se entendem; e por aí além!.. Assim só o FMI vos pode valer!

 

Mas, vendo bem as coisas, ante o que está a acontecer e/ou tem acontecido ousamos dizer “não seria melhor mandarem vir, em vez do FMI, o FBI?”

 

Leiria, 2011.01.15



publicado por Leonel Pontes às 09:10
A participação cívica faz-se participando. Durante anos fi-lo com textos de opinião, os quais deram lugar à edição em livro "Intemporal(idades)" publicada em Novembro de 2008. Aproveito este espaço para continuar civicamente a dar expres
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