O tempo – este tempo que é o nosso mundo -, nunca acabará; esta convicção todos temos. E, dos muitos triliões de criaturas que hão-de suceder-nos, com toda a certeza hão-de achar que muito, do que vão encontrar, são coisas estranhas à sua sapiência.
Aqui, no nosso local de reflexão, temos uma grande bola – um globo – mostrando todo o mundo. Porém, dizem que para além deste há outros; bem como se diz que para além desta vida outras existem.
Se assim é, é porque é! E, o que percebemos (o que percebo!) do mundo? Nada! Mas há coisas que não estão bem. Não há? Isso compreende-se, e bem.
Há tempo, já no século passado, mercê de uma função que tivemos (mas que não queriam que tivesse) formalmente demos posse a uma Senhora nas funções de Presidente da Autarquia. Vieram pessoas e pessoas de longe, como fora uma Senhora de nome Beleza, criatura de muita importância e influência.
Como no acto tínhamos de dizer umas palavras, e nem o nosso mundo, nem o nosso meio é uma beleza, pensámos em dizer coisas deste tempo e deste mundo. Centrámos a intervenção num conteúdo, que entendíamos fulcral e que entretanto demos á estampa, sobre o “endividamento geracional”. Se calhar dissemos mal, talvez não nos tenhamos feito perceber.
Mas o que queríamos dizer era, tão-só chamar à atenção para o baú das patacas que estava vazio e por muitos anos aqueles que nos vão sucedendo têm de pagar os nossos (meus não, eu avisei!) erros. Enganámo-nos?
No final disseram-nos umas coisas. Podia ter falado de outra coisa e, tal e coisa! Numa breve introspecção pensámos, como isto é coisa de mulheres poderíamos ter falado de flores, de cravos, rosas e quejandos. Mas flores? Mariquices!
Embora o tal mundo – globo -, redondo que temos (não é certo que o seja) por quanto Thomas Fridman escreveu numa interessantíssima obra denominada o “mundo é plano” aí evidencia que o mundo está a evoluir para uma nova “forma” e explica como e porque isso está a acontecer.
E o que diz o autor que mereça discussão à escala planetária? Diz-nos que (profundíssima reflexão, dizemos nós) “em África, todas as manhãs, uma gazela acorda. Sabe que tem que correr mais depressa que o leão tem de ser mais veloz, ou será morta. Todas as manhãs um leão acorda. Sabe que tem que correr mais depressa do que a gazela (mais lenta) ou morrerá de fome. Não interessa se és um leão ou uma gazela. Quando o sol se levantar será bom que corras"
Fridman recorre a este imagem para dar uma verdadeira lição de competitividade. E nós, viventes numa terra, num país, onde para além do tempo, também escasseiam capacidades e competências; à competitividade juntar-lhe-ia uma outra valência não menos importante a “estratégia”.
Sem estratégia, sem competitividades, sem rumo, ficamos à deriva e estamos desgraçados. Desgraçados repetimo-nos. Tenham paciência, mas as evidências não se desmentem. São axiomas! Não são “críticas”
Leiria, 2011.02.08