Alguém disse um dia: “o passado é história, o futuro, um mistério, este momento uma dádiva. Por isso este momento se chama presente”
Teoria das Relações Humanas
George ELTON MAYO (1880 – 1949)
Em Fevereiro último disse, aqui, que “lá para o final do ano o flagelo do desemprego chegaria próximo dos 20%,”. Os indicadores no-lo diziam.
Mas o que é o desemprego? São activos humanos desvalorizados.
Muitos estudos e experiências foram levadas a cabo durante anos, nomeadamente a seguir à crise da depressão económica, 1929. E, o que foi concluído? “Quanto maior a produtividade, maiores os ganhos salariais”. Mais riqueza para todos.
Hoje, concluir-se-á o óbvio, sem emprego não há produtividade. O tempo, inelutável e paulatinamente decorre e, nesta letargia vamos vivendo na esperança de que uma dádiva aconteça. Amanhã haverá emprego.
Abona em favor da situação, o “desenvolvimento cognitivo”. Isto é, o humano tem uma enorme capacidade de desenvolvimento. Outrossim, a inteligências, são saberes cristalizados, são o conhecimento de quem olha mas não vê. Mas, seja lá o que isso for, continuo a dar por bom o que Mayo enfatizou; este momento é um “presente”. Um presente que afinal é um mistério.
Frequentemente, damos conta que muita força de trabalho não está em consonância com as necessidades, pelo que ter-se-á de voltar aos tempos da crise, promovendo a orientação vocacional e profissional.
Um dia ao circular de táxi na Holanda o chauffeur dizia-me que desculpasse a sua pouca experiência (Quis ser simpático, foi o que foi!) era estudante do ensino superior, aproveitava para trabalhar nas horas livres. E, para além do salário ainda recebia um incentivo. Nada perguntei, mas foi o que ouvi.
Logo pensei, isto é possível em Portugal? Alguém que queira mexer uma palha, podê-lo-á fazer? De pronto terá de cumprir um conjunto de burocracias que em vez de um emprego, ainda que precário, passa a concorrer para as estatísticas das micro-pequenas e médias empresas.
As estatísticas dizem que o desemprego jovem em Portugal é de 36%. Então porque não fazer como na Holanda? Por que não simplificar processos, porque não redireccionar a força de trabalho, porque não dar incentivos e porque não promover a orientação vocacional profissional?
De uma coisa não restam quaisquer dúvidas, ensinar e formar para o canudo não traz progresso, não traz segurança, nomeadamente psicológica e para que o possamos sair da crise todos têm de ser mais activos.
Leiria, 2012.05.21