Quando escrevo, as mais das vezes termino irritado; desconcerta-me o que escrevo (mas, o lassez faire não é cidadania) porque só vejo comportamentos soezes, causam-me inquietações acompanhadas duma absoluta incapacidade pelo lassez faire em que vivemos.
Tenho a consciência que não escrevo coisas simpáticas. Mas o que hei-de fazer? Continuar a ver o país a afundar-se económica, social e psicologicamente sem nada dizer? Despertar consciências é urgente.
Começaria pelo primeiro magistrado da nação - pelo que lhe ouço anda adormecido -, que acaba de chegar de Singapura – uma pequena cidade estado onde o princípio primeiro da governância é a justiça. Não a justiça instituição, mas a justiça da equidade social.
Temos sido governados por gente pouco sensível à equidade social, vivaços. E, enquanto isso com toda a sua generosidade dizem: nós estamos atentos, às maroscas, até temos uma Lei Geral Tributária. Pois temos; mas falta dizer que está talhada para tributar apenas os que trabalham.
Naquela caem os que roubam, desviam e defraudam o País? Não, não e não! Apenas, penaliza quem tiram uns cobres do giro económico, para logo os aplicar no giro paralelo continuam a gerar actos económicos; riqueza. Quiçá mal tributada. Concorda-se.
Enquanto isso, os político-pensantes continuam a proferir opiniões esfarrapadas dizendo que se deve combater a corrupção, o enriquecimento ilícito e por isso à que mexer na lei; já, e em força. Porém até que tal aconteça, ter-se-ão de encontrar culpados para o déficit OE. E quem são os malandros? As crianças, vejam bem!
A partir do exercício de 2011 têm de obter o número fiscal de contribuinte para constarem do agregado familiar em sede de IRS. E, se lhes exigem o número de contribuinte, o que são? São contribuintes! Sejam quais forem as trapalhadas, o certo é que a natalidade decresceu abruptamente. Portanto, aqueles que vêem à luz do dia nascem já a contribuir.
O número de contribuinte é só para enganar, este não serve para ciosa nenhuma a não ser para lhes imputar a monstruosa dívida pública. Esta é que é a verdade. Ponto
Já criou um filho? É um gasto, um investimento, ou um debito herdado de terceiros? Um destes dias, um amigo levando ao colo o seu rebento e dizia: “deixe-me tapá-lo, escondê-lo, se os tipos do fisco andam por aí ainda me pedem o cartão de contribuinte desta minha riqueza, fora do âmbito do artigo 89-A da LGT! Em verdade só pode ter um filho quem for rico, ou quem nem sempre consegue provar de onde lhe vêm os rendimentos para a sua criação.
E, já agora que seja um rico filho, porque estes que têm gerido o país são, são que são!...
Leiria, 2012.06.01