Segunda-feira, 23 de Julho de 2012

Nenhum país (ninguém) logrará progressos sem que aconteça aquisição de conhecimento; para tanto terá de acontecer aprendizagem significativa alicerçada em efectivos conteúdos potenciadores de novos valores. Tudo quanto acontecer fora disto, mais não é do que lábia, parlapié ou verborreia.

 

Entretanto, os especialistas das ciências da educação colocam ênfase na aprendizagem (os que ensinam e os que aprendem) dizendo que conhecimento é libertador e gerador de potencialidades nas pessoas. Só pelo conhecimento poderemos estabelecer objectivos e vencer etapas que levem o humano, enquanto ente gerador de riqueza, a obter objectivos.

 

A partir da década de sessenta do século passado “n” especialistas das ciências da educação predizem que sem conhecimento não haverá autonomia. Portanto, se nos detivermos ante uma sumária avaliação das ciências da aprendizagem verificamos que aqueles que produziram conhecimento foram exactamente aqueles que foram capazes de tomar as decisões válidas, certas para que acontecesse progresso.

 

Por outro lado, existe uma generalizada convicção por especialistas desta área dizendo, para que aconteça aprendizagem significativa deverá de ocorrer um outro significativo facto, isto é, deverá de ocorrer comunicação. Ou seja, nada acontece no vazio.

 

Porém, uma das grandes pechas do nosso tempo parece residir no facto da não existência de comunicação, quiçá acontecerá informação, mas que não é a mesma coisa. A comunicação pressupõe a existência de um saber, ou seja, aquele que comunica transmite conhecimento sustentado numa aprendizagem, num conhecimento anterior, num conceito que oferece um novo saber.

 

Enquanto isso, informação é coisa tão breve quanto dizer ou fazer publicar, por exemplo, no facebook que o fulano a ou b passou a usar óculos de adorno, os quais a única coisa que acrescentam é oferecer uma nova imagem aos olhos dos voyeurs. Mas, daí ocorrerá uma mais-valia para o desenvolvimento social?

 

Sem que daqui possa extrair convicto diagnóstico atrever-ma-ia a dizer que – alicerçando-o no quanto tem sido estudado e publicado pela sociedade ciêntífica – de que nunca houve melhor época do que a de hoje para mudar o mundo. Este é o lema de todos os idealistas desde que mundo é mundo.

 

Ou seja, este é o contra fogo (salvo melhor conceito) necessário para que o actual contexto económico-social gerador de depressões que atingem transversalmente todos os estádios sociais pondo em crise o bem-estar psíquico dos cidadãos, razão mais do que suficiente para provocar, a breve trecho, estudos de um novo paradigma do desenvolvimento; o vazio da onda.

 

Em suma, para que tenhamos uma nova sociedade, sadia, operante, bem formada, desenvolvida, necessário é que tenhamos não só aprendizagem mas também comunicação limpa de ervas daninhas, ou de pseudo conhecimentos que nunca passaram pelo crivo de uma aprendizagem significativa.

 

Leiria, 2012.07.23



publicado por Leonel Pontes às 16:35
Quarta-feira, 18 de Julho de 2012

Um economista ganhar o prémio Nobel da Economia não causará a menor admiração. Mas, se o galardão “Nobel da Economia” for atribuído a um Psicólogo, isso já causará admiração, porquanto estamos perante ciências que não são a mesma coisa.

 

Porém no ano de 2002, a academia das ciências “Alfred Nobel” atribuiu o “Nobel da Economia” a Daniel Kahneman, israelita de nascença, radicado nos Estados Unidos, um estudioso da natureza humana. Mas, verdade se diga que a surpresa acabou por ser uma “não surpresa”, porquanto pouca discussão mereceu, ou pelo menos não teve eco na sociedade científica.

 

Mas, o que disse de substantivo Kahneman que chamasse à atenção dos “louvados” da Academia de Ciências? Kahneman, em parceria com Tversky – entretanto falecido - levaram a cabo uma longa dissertação subordinada ao “pensar, depressa e devagar” contexto assente em dois constructos que visavam saber a mesma a mesma coisa “a decisão” mas tendo por base diferente rácia.

 

Ou seja, o humano é racional. Mas por outro lado o humano também suporta as suas decisões nas emoções. E foi entre estas duas razões de ciência que Kahneman encontrou, na subjacente heurística, razão para demonstrar que devido a erros de pensamento, sistemáticos, podem ser tomadas decisões à contraire do que seria certo e expectável.

 

E, ao arrepio das expectativas de âmbito económico, em particular dos tempos que correm, o que sabemos uma década depois do laureado ter dado à luz os seus estudos é que foi aberta uma porta que nos poderá levar a demais estudos, em ordem a garantir decisões que possam merecer maior consenso, e sobretudo maior satisfação.

 

No âmbito da Psicologia cabe sem tergiversações o “comportamento”. Mas, por outro lado, quando se aborda a ciência económica, a tendência vai no sentido de negligenciar o comportamento, mais parecendo que a economia é aquilo que for e pode ser tudo o que se quiser.

 

E, o “pensar, depressa e devagar” já para não abordarmos outras teorias do pensamento que encontram veiculo na linguagem? Não é coisa de suma importância para o desenvolvimento social?

 

Ou poder-se-á dizer que a desconstrução económica a que paulatinamente vamos assistindo radica nas más, péssimas, tomadas de decisão, quaisquer que elas sejam, porquanto a coisa não foi pensada, nem depressa e nem devagar ou ainda tais desconstruções são o “pão nosso” de cada dia; absurdo em que vivemos É este o caminho?

 

E poder-se-á tirar como conclusão de que a economia não é, nem pode ser só economia antes deverá ser “economia comportamental” Se for esse o caminho então por favor não pensem só racionalmente; juntem-lhe o “emocional” e já agora o social em ordem a que possamos construir uma nova estratégia: economia comportamental. 

 

Leiria, 2012.07.18



publicado por Leonel Pontes às 16:54
A participação cívica faz-se participando. Durante anos fi-lo com textos de opinião, os quais deram lugar à edição em livro "Intemporal(idades)" publicada em Novembro de 2008. Aproveito este espaço para continuar civicamente a dar expres
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