Sábado, 22 de Setembro de 2012

Como alguém disse em tempo todos temos direito à indignação. Hoje vou usar essa faculdade.

 

Não concordo com a visão do Senhor Presidente da República “Cavaco não quer crise… nem remodelação” conforme no-lo diz o Expresso de hoje, 22 de Setembro. E, não concordo porque o Senhor Presidente ouviu e sempre ouve os mesmos; aqueles que não sentem nem na bolsa nem no estômago a crise em que o povo vive.

 

O Senhor Presidente, teve oportunidade de ouvir, como eu, o actual Presidente da Federação Portugal de Futebol a dizer, com pompa e circunstância, que vai fazer uma casa para as selecções e avançou mesmo os muitos milhões que iria gastar. À cerimónia assistiu e usou do verbo o Ministro Relvas que apadrinhou e louvou a iniciativa. Não fora a crise e também eu louvaria a iniciativa.

 

Sabe o Senhor Presidente da República que a mesma Federação tutelada pelo Ministério de Relvas deve larguíssimos milhões de euros ao Tesouro, ao que consta quase catorze milhões. E, ao que se ouve é o próprio Ministério que tem procurado travar a penhora de bens aquela Federação para pagar a mesma dívida. Sabia?

 

Por isso de modo público pergunto a V. Exª., concorda com mais esta vergonha do Relvas de se demitir das suas responsabilidades políticas e permitir uma eventual prescrição ou outra dilação para que aquelas dívidas sejam apagadas com uma esponja e que o devedor continue a gerar gastos públicos.

 

O povo ao ver-se espoliado grita e pede justiça. Mas impostos não. Quem fez as dívidas que as pague. O governo obriga-se a fazer uma política de justiça social. E, por isso apelo aos bons ofícios do Primeiro Magistrado na Nação, para obviar a este verdadeiro “holocausto social” em que estamos a viver. Também sou reformado, e estou a pagar erros que não cometi.

 

Repito-me, o que está a acontecer é um “holocausto social”. O país precisa de um governo de salvação nacional que ponha no são a lástima a que chegámos.

 

Leiria, 2012.09.22



publicado por Leonel Pontes às 17:54
Quinta-feira, 13 de Setembro de 2012

Não me lembro onde li um conteúdo sobre ambiente sustentável “o nosso futuro comum”. Aqui e agora pego na deixa do nosso futuro comum, porquanto os ambientes, entre os quais o ecológico não estão absolutamente nada sustentáveis. Acabamos de sair de um verão do qual diríamos excelente, não fora essa coisa terrífica que fustigou o país; os fogos.

 

Enquanto isso, relembro as minhas idas de bicicleta à Praia do Pedrógão, pela canícula. Nesse trajecto via o Pinhal do Rei limpinho. Assim como quaisquer outras leiras de pinhal; mato picado, empaviado e com algumas pazadas de terra por cima a fazer o necessário peso para que às primeiras chuvas fizessem entrar o mato em putrefacção, que a seguir serviria para estrumar as terras de cultivo. Pois! Mas isto foi noutros tempos.

 

Porém, hoje, para além do ambiente ecológico, a ciência ocupa-se de outras sustentabilidades, a económica, social, fiscal e outras; afinal o nosso futuro comum.

 

Durante anos, nas páginas da imprensa, e noutros sítios, tenho dado a texto pensamento ante o que vejo. E várias vezes disse e digo que a substituição das nossas actividades económicas por troca de aquisições comunitárias, estavam a criar distorções na nossa economia nacional, como a gerar altos níveis de insustentabilidade. E, bem se percebia que lá viria o dia em que alguém teria de pagar a conta.

 

E esse tempo chegou. Os agora credores, sempre sob a tutela da EU, canalizavam para o país dinheiro, qual Alves dos Reis. Como todos damos conta, para que o país possa sobreviver tem de continuar a pedir dinheiro para amortizar a dívida mais para continuar a adquirir bens alimentares e outros.  

 

Enquanto isso perdeu-se o hábito de cuidar das leiras, porque mandar vir de fora era mais barato. Diziam! Porém, temos de pagar a dívida. Comemos como bom ideias fantasiosas que só fome trouxe. E, não se tenham dúvidas, ela (a fome) está a afectar milhares de portugueses e muitos mais experimentarão a carência alimentar.

 

Em suma ninguém cuidou de assegurar modelos de sustentabilidade, tais fossem os ecológicos, os económicos, os sociais, os fiscais ou outros. Andámos a afundar-nos ao mesmo tempo que íamos assobiando para o lado esquecendo-nos que estava em causa o nosso futuro comum. E agora?

 

Os mais poupados, os mais conscientes, os mais trabalhadores, os mais honestos, os menos corruptos (embora a Cândida Almeida diga que Portugal não tem corruptos), todos esses têm de abdicar de largo quinhão dos seus contributos (direitos adquiridos) para solver a dívida portuguesa.

 

Agora sim, precisamos de um governo de salvação nacional que trace linhas de orientação exequíveis, implemente - não um plano quinquenal -, mas planos sectoriais de sustentabilidade, objectivos em direcção ao nosso futuro comum.

 

Leiria, 2012.09.13



publicado por Leonel Pontes às 16:09
A participação cívica faz-se participando. Durante anos fi-lo com textos de opinião, os quais deram lugar à edição em livro "Intemporal(idades)" publicada em Novembro de 2008. Aproveito este espaço para continuar civicamente a dar expres
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