“Numa revolução pacífica – a última revolução histórica da Suécia – a aristocracia sueca depunha em 1809 o Rei Gustavo IV, que consideravam incompetente, e surpreendentemente convidaram Jean Baptiste Bernardotte, um General francês que esteve ao serviço do seu inimigo Napoleão, para se tornar rei da Suécia. Bernardotte aceitou e tornou-se o rei Carlos XIV; os seus descendentes ocupam ainda hoje o trono sueco”.
Esta decisão faz parte da história de um país que hoje é nosso parceiro, próspero, da União Europeia. Enquanto isso, Portugal vai empobrecendo, mesmo produzindo alguma coisinha vendendo-a, por vezes, abaixo do preço de custo, de modo a que entre algum dinheiro na caixa de modo a solver os compromissos mais imediatos, nem mesmo assim essa “coisinha” sai do país.
Crédito, para aquisição de matérias-primas não existe e para o exercício corrente a banca também não financia. E, enquanto isto, os políticos não cuidam de saber o que de facto se passa, andam num afã de não perderem oportunidades eleitorais.
Mas, como se tudo isto fosse pouco, os “estivadores” paralisam as actividades de carga e descarga nos portos, extremando posições, como se vivessem no país rico. Assim o navio vai ao fundo. E depois?
Depois o país está falido, embora com uma tia rica e chata que vive lá longe, assessorada, ou assessorando, essa trempe que ab initio foi constituída para ajudar os países em dificuldades, uma trempe que a pretexto de uns conselhos vai extorquindo todos os cêntimos.
E prova disso é essa União passou mais de três décadas a “impingir boas soluções” que só agora vêm que foram desastrosas e daí uma incomensurável dívida, que jamais teremos condições de pagar, mesmo seguindo as teorias avançados em Bretton Wood quando decorria o ano de 1944; questão que mereceria ser “refundada”. Esta sim.
O povo vai entrando em colapso. E, se é certo, que a coisa para alguns vai chagando para a broa, de há muito que outros nem broa, nem conduto, nem dinheiro, nem emprego, nem casa, nem cabeça com capacidade para pensar.
Em democracia temos de tomar as melhores soluções. Faria sentido depor o rei da cavacada? Sempre haveríamos de encontrar alguém que tomasse conta da cadeira, nem que tivéssemos de oferecer o lugar ao inimigo, como o fizera a Suécia. Hoje vivem felizes e nós angustiados e enquanto a economia afunda-se e as exportações adornam, essa é que é a verdade.
Leiria, 2012.11.10