Quarta-feira, 26 de Dezembro de 2012

Não sei o grau de veracidade da notícia - chegou-me por via pessoal -, um desabafo, de que os Angolanos começam a revelar inquietação e repúdio em admitir (contratar) professores portugueses, nomeadamente da área da economia, posto que, e dizem:


“ Se eles – portugueses - têm uma economia em farrapos, se entre si não se respeitam, se estão sempre a desacreditar os saberes dos seus pares (e isto vê-se, nomeadamente em constructos políticos) como podem vir para Angola ensinar economia? Daqui a algum tempo vamos estar como Portugal, ou pior, ensinam o que não sabem, ensinam conceitos para a falência!”


Vistas as coisas assim até parece que o diagnóstico correto.


Mas, o pior está mesmo a vir ao de cima; direi eu! O que sabem mesmo os economistas portugueses? Uma classe inteira, toda ela, foi posta eu causa. Vejamos.


Apareceu por aí um ex-presidiário feito “papagaio” dizendo que era um testa de ferro da ONU, um supra sumo, dotado de tantos saberes, corroborados por “n” cursos tirados nas melhores Universidades e até com o grau de “doutor” ministrado por uma Universidade; que afinal nem existia.


Deu conferências, teve tempo da antena, foi um “primus inter pares”, disse o que quis, deu entrevistas para jornais mais insuspeitos da ciência política como fora o “Expresso” alardeou saberes acima dos seus interlocutores, tanto saber que os seus pares nem perceberam que estavam diante de um analfabeto; um “charlatão”.


Vendo as coisas assim, os angolanos têm mesmo razão, quando um “par” de uma qualquer profissão não consegue destrinçar o que é ciência do que é charlatanice, é caso para concluir: Oh Relvas está perdoado e por mim absolvido nesta época natalícia.

 

Leiria, 2012.12.26



publicado por Leonel Pontes às 11:52
Sábado, 22 de Dezembro de 2012

Porventura estarei a escrever para o cesto dos papéis. Não obstante isso, sirvo-me deste espaço para deixar breve reflexão sobre o evoluir, negativo, da prosperidade portuguesa.

 

Por isso, pareceu-me oportuno trazer à reflexão Alvim Toffler, escritor “pensador” sobre o futuro. Decorria no ano de 1965 e Toffler escreveu o artigo “o futuro como modo de vida” que teve grande impacto, não só na América como em todo mundo. A partir daí jamais parou de escrever, e, no ano de 1970 publicou o “choque do futuro” e muitos outros daí por diante.

 

Nessa esteira, com frequência ouvimos políticos socorrerem-se da rácio, por vezes expressões feitas, daquele pensador. É de crer que nem todos o tenham entendido; em Portugal, claro! Porquanto, a partir do início da década de 90 o paradigma de sustentabilidade portuguesa, à falta de melhores origens, os governos procuraram a dita sustentabilidade numa cobrança de impostos com suporte em resultados futuros.

 

Mas, nem mesmo assim os governos encontraram fundos suficientes à gestão da coisa pública, e passaram a constituir endividamento; gastar agora e pagar no futuro. O cidadão insuficientemente informado pensava que estava a consumir riqueza produzida internamente.

 

Deu-se a ilusão de riqueza, quando na verdade o que se estava a acumular era endividamento e não prosperidade, endividamento que haverá de ser pago; ou agora, ou no futuro.

 

Negligenciou-se a verdadeira gestão do país, até que a coisa chegou a limites insuportáveis, como no-lo demonstra o gráfico do stock da dívida do Estado



Com efeito, hoje, dificilmente se consegue explicar ao cidadão, como é governar um país que não gera riqueza, que tem gastos ineficazes, o país que não promove o investimento, um pais de cidadãos desmotivados e com uma dívida que continua a crescer.

 

E perguntar-se-á e como havemos de resolver esta situação à qual se convencionou chamar de crise?

 

Tenha-se em atenção aquele slogan da euforia “grande noite, grande noite!”. Hoje, o slogan é outro, “grande dívida, grande dívida!”, sendo que uma noite negra poderá chegar a todo o instante. Porque não falamos. Não era melhor falarmos? Mas com sentido de responsabilidade?

 

Leiria, 2012.12.22

 



publicado por Leonel Pontes às 13:31
Sábado, 08 de Dezembro de 2012

Quem estuda a sociodemografia do nosso país diz que no ano de 2050 seremos o país mais envelhecido da União Europeia. Isto pode parecer coisa de somenos, mas não é! O facto tem graves consequências, que se agravaram com a Lei da interrupção voluntária da gravidez. O assunto merece urgente reanálise. Penso.

 

Uma dessas consequências, que para além dos efeitos sociais tem os financeiros e os fiscais, sendo que estes mexem no bolso dos cidadãos. E, tendo em conta o momento de crise grave que o país atravessa não podem ser negligenciadas. Por isso nos indignamos.

 

É a interrupção voluntária da gravidez uma questão de saúde? Não, não é. É um acto voluntário. E, não se venha invocar que é praticado por razões de desemprego, porquanto segundo o último relatório do Ministério da Saúde, das 20.137 interrupções levadas a cabo em 2011 só, 7,26% desses actos se reportam a desempregadas. Esta é a implicação social.

 

A questão financeira! Não ocorrendo estes actos de questões de saúde, sem pretender avaliar a bondade, ou a maldade do acto, porque terão de ser os dinheiros públicos a pagar tais custos?

 

Em consequência, à falta de dinheiro, os governos aumentam os impostos sem que previamente façam as necessárias análises causais, em ordem a suprir tais custos. Não deveriam ser queles que têm os prazeres e os desprazeres a pagar os seus actos. Porventura existirão boas razões políticas para explicar isto. Mas, então que no-las demonstrem!

 

Assim, só poderemos mesmo ser o povo mais envelhecido da Europa em 2050, como seremos (os que estiverem cá!) os mais pobres, quiçá os mais dependentes (sabe-se lá de quem?). Por mim, como os da minha geração, porque viemos ao mundo, tivemos uma educação militar que nos levava à máxima “ter de matar, para não morrer”. Isto, à força, fazia parte da nossa cultura.

 

Contudo, para não matar, poder-se-ia invocar o estatuto de “objector de consciência”, que não colhia. De modo que esses desertavam; não matavam, mas também não morriam. Escolhiam, podiam escolher!

 

Agora que somos livres, e não quero desertar, mesmo estando a ser confiscado permanentemente (tal é a carga de fiscal), digam-nos como havemos de exercer o direito de “objectores de conciência”. Eu, não quero contribuir com os meus impostos para matar. Ponto.

 

“Numa boa” como agora se fala, quem quiser seguir tal prática que o faça, mas com o seu dinheiro, porquanto os impostos arrecadados têm outro fim, deverão ser destinados ao bem comum, à saúde, educação, segurança, promoção do desenvolvimento social, para que sejamos um país de gente sadía sobre todos os pontos de vista.

 

Temos o direito de ser um povo, económica, financeira e fiscalmente feliz e por isso aproveito a oportunidade para desejar um Feliz Natal aos que me leem, bem como faço votos de muitas felicidades para os meninos e meninas pobres e menos pobres deste país. E, paz no sossego daqueles que não tiveram a sorte de ver o Sol lindo de Portugal.

 

E já agora, desde a aprovação da Lei da IVG e seguindo tão-só os dados estatísticos do Ministério da Saúde, 20 mil actos por ano, equivalem a 120 mil rejeitados de contribuir para o desenvolvimento do país. Pobretes mas alegretes. Somos assim governados!  

 

Leiria, 2012.12.08



publicado por Leonel Pontes às 17:47
A participação cívica faz-se participando. Durante anos fi-lo com textos de opinião, os quais deram lugar à edição em livro "Intemporal(idades)" publicada em Novembro de 2008. Aproveito este espaço para continuar civicamente a dar expres
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