Segunda-feira, 30 de Dezembro de 2013

Inicialmente surgiu para transmitir uma postura de receptividade perante os outros, é característico do ser humano e é um reconhecimento entre pares; é prazer, mas também fantasiar a sociedade, é ainda um “recarregar baterias”. Relaxa e dá boa disposição, e, “provem de uma expectativa que se resolve subitamente em nada”, como disse Kant.

 

O riso, é um nada que é tudo, essa coisa simples que não custa dinheiro e que faz parte do nosso quotidiano, é um gesto social, não tão simples que não possa ser também uma terapia que prolonga a vida, diminui o setresse e traz saúde; “estado de completo bem-estar, físico, psicológico e social” como definido pela Organização Mundial de Saúde.

 

A coisa é de tal importância que já há organizações a ministrar cursos de terapia de riso, ações que não pretendem ensinar a rir mas a influenciar a perspectiva que temos da vida, modelando comportamentos em ordem a gerar estilos de vida tornando as dificuldades em estados de satisfação e vivência saudável.

 

Vistas as coisas assim até parece que hoje demos em abordar virtudes de um novo serviço; a terapia do riso. Só não é um serviço porque não temos em mente vender tal “produto/serviço” mas esta terapia não deixa de se traduzir num bem-estar psicológico numa interação de grupo, num ambiente de liberdade de que todos carecemos.

 

Assim, um grupo que aborda factos das suas vivências com uma pitada de graça, por vezes atirando uma anedota tão estúpida quanto vernácula, onde tudo, ou quase, serve para desentorpecer os músculos faciais e aliviar a mente num momento que fica retido na memória para além de uns breves segundos, tão para além que no dia seguinte ainda voltamos à conversa para enfatizar “quando cheguei a casa ainda me ia a rir!”

 

E isso – a terapia do riso - contribui mesmo para alguma coisa? Contribui para uma melhor disposição, aguça o apetite para nova tertúlia, diminui estados de stresse e gera aumentos de rendimento das nossas tarefas diárias.

 

Portanto, isso já justifica que façamos, por exemplo, uma tertúlia de uns breves dez minutos de confraternização à hora do almoço, tomando café com o “nosso” grupo de simpatia. E, é por isso que quando algum do grupo não pode estar presente faça uso do telefone perguntando “qual foi a anedota, ou o tema de hoje foi?”

 

O sentido gregário aproxima-nos do bem-estar necessários à relação social, à actividade profissional ou outras, fazendo do homem um ser inteligente que é. Com efeito, rir cognitivamente ativa e agita neurónios condutores duma inteligência que acrescenta anos a vida, e vida aos anos.

 

Leiria, 2013.12.30



publicado por Leonel Pontes às 14:52
Segunda-feira, 16 de Dezembro de 2013
Todos fazemos votos para que o próximo ano seja um “ano bom”. E de facto temos as condições mínimas para que o futuro seja melhor que o passado. Tudo o que nos falta poderá ser produzido a partir do zero por via de dois factores que temos sempre à mão; o capital humano e os bens da natureza.

Contudo, quaisquer que sejam as abordagens sobre produção, coisa tangível ou intangível o que nos vem de imediato à mente é; e o dinheiro? E sempre se enfatiza o crédito está caro, confundindo-o como se fosse dinheiro, sendo que o crédito é muito mais que aquele.

Portanto, a coisa empeça sempre no dinheiro e sempre se faz passar o paradigma da gestão pela componente dinheiro, quando esta não é fator gerador de riqueza, não acrescenta nada ao processo de produção.

Porém, infelizmente, tomou primazia sobre tudo e hoje é o dinheiro que comanda a economia e a vida das pessoas. O dinheiro deveria de ser tratado como uma consequência dos resultados provindos da produção e não em si mesmo um fator de produção.

Com toda a frontalidade devo dizer que sempre vi os que lidam com a gestão do dinheiro como uns alarves, sugam resultados provindos da produção, ditam regras, exigem informações sobre regras que eles mesmos não cumprem, promovem a devassa, não seguem princípios éticos, se assim tivessem agido agora não estavam cheios de bens que pouco valem; nem são capitais humanos, nem bens nem bens da natureza.

Com efeito, se o mundo em vez de privilegiar o dinheiro privilegiasse e ética associada à responsabilidade social (promovendo princípios de sustentabilidade social) com toda a certeza o estado social em que se vive, não era de crise.

Por sua vez, nessa esteira, a sociedade em vez de construir paradigmas sociais éticos, também entende que é o dinheiro o salvador. Mas, por via do seu mau uso, posto que este deixou de ser um meio de troca para passar a ser um bem “filantrópico” associado a um outro conceito em queda o de “solidariedade”, entendendo-se que a solidariedade são apoios monetários, quando a solidariedade na sua génese, no direito romano, é uma obrigação comunitária “obligatio in solidum”, isto é, o individuo pertencerá às organizações sociais para as dinamizar em favor de todos. E não o inverso.

Portanto, a partir do zero, das capacidades humanas e dos bens da natureza, poder-se-ão criar condições para produzir novos bens sociais que possam aproveitar a todos aqueles que contribuem para um edifício de economia social.

Leiria, 2013.12.16


publicado por Leonel Pontes às 19:44
A participação cívica faz-se participando. Durante anos fi-lo com textos de opinião, os quais deram lugar à edição em livro "Intemporal(idades)" publicada em Novembro de 2008. Aproveito este espaço para continuar civicamente a dar expres
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