Quarta-feira, 05 de Março de 2014

Tenho consciência de que o país não é isto que se vive em Leiria. Mas também não se pode escamotear o que se vê!

 

Ontem, dia de Carnaval, 4 de Março, um dia que não tem nada de histórico, sendo que 5% de cidadãos de uma pequena amostra processada via Internet diz que este era um dia com significado (embora não dissessem que significado).

 

Para mim foi um dia como outros mais, trabalhei. Embora perceba que há sempre quem tudo faz para nada fazer. Ao fim do dia tinha a intenção de lanchar um pão quentinho acompanhado de meia dose de leite. Mas, não tive esse gosto, o espaço comercial onde fui, depois de passar uma vista olhos por outros, também estava a abarrotar.

 

Entrei, estridente vozearia. Por perto das mesas outros tantos esperavam por uma mesa que vagasse. À falta de lugar ou oportunidade próxima resolvi sair e disse para comigo: afinal a coisa não está assim tão mal!

 

E mais conclui: o stock da dívida portuguesa é de 295 mil milhões de euros. Mas não poupa. O melhor será seguir o que, com ironia, dizia o meu avô, “a quem eu dever que espere e quem me dever que me pague!"

 

Pesada herança que se deixa aos herdeiros. E vão ter pão? Terão, mas têm de fazer o que agora não faz; gozar por antecipação.



publicado por Leonel Pontes às 09:54
Terça-feira, 04 de Março de 2014

O mundo está em permanente mutação por via de deslocalizações demográficas, mudanças tecnológicas, economias dinâmicas e outras forças que transformam as sociedades. A emergência dessas realidades está na base de uma pirâmide de estágios sociais com vista à satisfação de necessidades. Porém, tal percurso assenta em etapas de geração de valor económico, social e sobretudo comportamental, tese defendida por Lionel Robbins, ao enfatizar que “a economia é uma ciência que estuda o comportamento humano como uma relação entre necessidades ilimitadas e os meios de as satisfazer que são escassos e que se prestam a utilizações alternativas”.

 

Com efeito os comportamentos humanos vs organizacionais são o leitmotiv para estímulos, alentos e inerente satisfação de necessidades. Contudo, para alcançar tal desiderato terá de haver lugar a “utilizações alternativas”, o que equivale por dizer que, o que não for feito com o empenho do comportamento humano, ninguém mais o fará. Perdem-se forças do trabalho e desperdiçam-se as alternativas.

 

Concretizado. Entre nós, portugueses, durante as últimas quatro décadas os comportamentos sempre andaram à volta “dos meus direitos” que sendo legítimos, tal como estão configurados cerceiam dinâmicas de desenvolvimento económico e social, posto que a tendência psicologicamente desliza para o lado da reivindicação “dos meus direitos”. Uma reivindicação que aparece antes da geração do fluxo económico. E é assim que deve ser? No mínimo devemos questionar.

 

Portanto, durante as pretéritas quatro décadas, pelo trabalho, pelo continuado estudo e pela experiência assente na sabedoria observada de insuspeitas fontes – amigos, colegas, professores e demais atores percebeu-se que os “meus direitos” são coisa sempre intangível. São, por princípio uma expectativa. Outrossim, se se direcionar o exercício físico e intelectual para os “meus objectivos” subsumidos numa grelha de tarefas tangíveis, por esta via é possivel associar dinâmicas como o empreendedorismo, confiança, convicção e outras geradoras de valor. Logo efetiva prosperidade.

 

Infelizmente, como é público, o país não dispõe, como nunca dispôs durante essas quatro décadas de planos organizacionais. E assim sendo difícil será esperar que só pela força de trabalho sejam produzidos resultados económicos a contento de todos, quanto muito tais resultados satisfarão ambições dos donos dos meus direitos, mas nunca de um quantum capaz de gerar riqueza que aproveite, tanto aos que ficam a montante como a jusante dum comportamento humano gerador de riqueza.

 

Assim sendo, facilmente se perceberá que sem outras capacidades mentais como, raciocínio sistémico, organizações que evoluem e criam valor por via de ativos humanos – com objetivos –, associados a activos tangíveis jamais veremos os “meus direitos” satisfeitos. Mas, se por outro lado traçarmos os “meus objectivos”, objectivos pessoais e coletivos o futuro afigura-se mais próspero.

 

Leiria, 2014.03.04



publicado por Leonel Pontes às 15:19
A participação cívica faz-se participando. Durante anos fi-lo com textos de opinião, os quais deram lugar à edição em livro "Intemporal(idades)" publicada em Novembro de 2008. Aproveito este espaço para continuar civicamente a dar expres
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