Quinta-feira, 24 de Julho de 2014

 

Os investidores em bolsa e bem assim os aforradores dispõem de uma forma de remuneração dos seus recursos financeiros por via de compra de valores mobiliários, remuneração que se efectivará se tudo correr como é suposto. Com efeito, qualquer investidor e/ou aforrador que pretenda fazer aplicação financeira em bolsa pode escolher entre um vasto leque de títulos vulgo “acções”. Mas trata-se de uma prática que tem sempre associado algum grau de risco, como ultimamente tem sido dado nota pública; assunto na ordem do dia.

 

Refira-se, entretanto, que quando tais títulos são admitidos à negociação em sede de bolsa ab initio existe a premissa da transparência. Com efeito, as entidades emitentes de tais “papéis” têm o estrito dever ético de darem divulgação pública das suas demonstrações financeiras com transparência, rigor, fiabilidade. E, para tanto, de permeio interagem um conjunto de entidades fiscalizadoras (que aqui me escuso de referir, porque públicas, são) que têm o dever de fiscalizar e atestar em consequência a dita fiabilidade e transparência de tais demonstrações. Pois sim! A legislação diz a quanto estão obrigados tais órgãos de fiscalização. Mas, na prática não é isso que acontece. E, não raro, vamos dando conta, que a informação que vem a público é falaciosa e fraudulenta.

 

E o que acontece? Os investidores sem darem conta compraram “gato” por “lebre” e nessa altura todos, inclusive os órgãos de fiscalização, fazem-se de vítimas e dizem nunca se ter apercebido que apreciavam contas maquilhadas; embora dadas como boas. E, é nessa altura que os investidores e os aforradores perdem o seu dinheiro, dado que o valor da empresa cotada em bolsa afinal valia muito, muitíssimo menos, do seu real valor. Por sua vez os investidores e aforradores em vez de verem o seu investimento remunerado por via de um dividendo, antes dão conta que só não recebem dividendo como ainda vêm o seu investimento desvalorizado, por vezes para valores impensáveis, ou seja muitíssimo abaixo do valor nominal ou de aquisição.

 

Uma nota mais. As acções “títulos” são confiadas à negociação num mercado organizado “bolsa”, os quais passam por um crivo de indicadores de referência. No mercado português o indicador de referência é dado por via do PSI-20 (acrónimo de Portuguese Stock Index), composto pelas acções das vinte maiores empresas cotadas na Bolsa de Valores de Lisboa índice que reflecte a evolução dos preços dessas acções, que são as de maior liquidez entre as negociadas no mercado português.

 

Leiria, 2014.07.24



publicado por Leonel Pontes às 17:20
Segunda-feira, 07 de Julho de 2014

 

O nosso país nunca teve política de emprego. No tempo da ditadura não tinha, como nunca teve em democracia. Todavia no tempo da ditadura o estado sempre arranjava trabalho, como cantoneiro ou nas circunscrições florestais, limpeza de matas e outras tarefas. Mas, não obstante isso a emigração “clandestina” era sempre uma saída possível. Portanto a “crise” do emprego é histórica. Em democracia, os governos – e diga-se que também os sindicatos – sempre mostraram mais propensão para políticas de destruição do que de sustentabilidade do emprego.

 

O tema é interessante e mereço estudo, mas não agora. Na crónica de hoje proponho-me abordar a aberrante questão do desemprego que tem estado na ordem do dia porque a taxa baixou. Mas onde foram criados os novos empregos? Mas se baixou como podem acontecer situações como esta? Uma pequena empresa de serviços da área dos tratamentos de beleza (em crescimento) de modo a assegurar a satisfação dos clientes pretendia admitir uma “esteticista”. Com efeito fez constar tal necessidade; mais um posto de trabalho de modo a contribuir para a estatística. Como se não aparecessem candidatas à vaga, a gerência promoveu um anúncio formal. E ficou à espera de receber candidaturas, muitas, a aferir pelo volume do desemprego que graça no país e na região do pais em apreço. E o que aconteceu? Aconteceu o que de mais “bizarro” poderia acontecer. Duas respostas, apenas duas. Duas Senhoras com saber feito na área, uma das premissas para preencher o lugar. Duas desempregadas, apenas duas estariam interessadas no emprego. Duas desempregadas, e, ao que nos fora dito ainda “enxutas”, pese embora uma ter já 50 anos, e a outra 77 anos. Se o que está acontecer no país não fosse trágico este caso provocaria riso até a um Santo pregado em casa, onde fosse, numa qualquer parede de católico crente.

 

Digam lá, o desemprego está a diminuir? E não diminuiria mais se a velhota ainda “enxuta” tivesse conseguido um empregosinho. Por aqui me fico, com muita pena de que o meu país seja governado por uns ceguetas. E, para que nunca sofram o que os velhos sofrem, de todo o coração, desejo-lhes que nunca cheguem a velhos.

 

Leiria, 2014.07.07



publicado por Leonel Pontes às 10:40
Sexta-feira, 04 de Julho de 2014

O que se se está a passar em Portugal em matéria de sucessivos “casos bancários” precisa de uma limpeza e rápida em ordem a sustar contágios, porquanto aos olhos do cidadão comum, aos olhos dos cidadãos da diáspora, aos olhos dos nossos parceiros da União Europeia, assemelhamo-nos a um “bando de vígaros”. Por mim, enquanto cidadão atento não posso deixar de passar em branco todo o regabofe financeiro-bancário, dessa escola de malfeitores que há anos, candidamente, vem destruindo o país.

 

A coisa não é nova e dava para perceber que no reino dos lorpas algo ía mal. Por isso, para melhor perceber a “coisa” parecia-me que deveria de ter termo de comparação com outros países, outros bancos, outras famílias bancárias e inerente apoio ou lá o que fosse com actividades empresariais, nomeadamente em pequena e empresas nesses outros países.

 

Com efeito, tirei-me dos meus cuidados e nas últimas miniférias da Páscoa, como aqui referi em tempo e fui até França, Bordéus, região do pai de um dos fundadores da agora União Europeia, Jean Monnet, ( homem que em vez de privilegiar negócios fraudulentos, ou mesmo a política, antes privilegiava a ética)  e aí percebi que as organizações bancárias, são geridas de modo muito sério, como seja (e passe a publicidade o centenário BAMI – Banque Michel Inchauspé. Uma organização familiar que prima pela ética. 

 

E em Portugal, o que privilegiam os bancos? Perdoem-me a frontalidade, no nosso país os Senhores da banca (creio que ainda não toda) confundem ética com “vigarice”. E poder-me-ão dizer que são adjectivos fortes, mas são a verdade. Vejamos:

 

O que devemos dizer dos “funcionários” que transformam a confidencialidade em “segredinhos” de conveniência; promovendo uma espécie de inside trading. E, o que fazem os Presidentes dessas instituições quando promovem pseudo conferências – escolhendo a dedo os seus ouvintes – onde passam imagens vazias de verdade e de transparência. Tais ouvintes vêem de lá todos embebecidos por terem ouvido tamanha eminência “que até disse umas coisas certas!” Mas em concreto o que disseram a não atirar para o ar umas loas! 

 

Ante tais factos, aqueles que recorrem à banca desnudam-se todos, facultando-lhes todos os elementos da sua vida económica e não só, dados que são passados para fora da organização. E em concomitância como preparam os bancos os seus relatos financeiros, e como os divulgam? E em consequência como procedem os respectivos órgãos de fiscalização; internos e externos. Impavidamente assistem. Convém-lhes. E já agora quem assegura os interesses dos pequenos aforradores? 

 

Por menos, muito menos, Madoff foi colocado no lugar, em ordem à não propagação das nefastas práticas exercidas na sua escola de ciência de vigarice para a sociedade. Com efeito, em meia dúzia de meses foi investigado e julgado. 

 

E em Portugal o que acontece à corja de vigarice que por aí pulula? Nada. 

 

Leiria, 2014.07.04



publicado por Leonel Pontes às 10:04
A participação cívica faz-se participando. Durante anos fi-lo com textos de opinião, os quais deram lugar à edição em livro "Intemporal(idades)" publicada em Novembro de 2008. Aproveito este espaço para continuar civicamente a dar expres
mais sobre mim
Julho 2014
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5

6
7
8
9
10
11
12

13
14
15
16
17
18
19

20
21
22
23
25
26

27
28
29
30
31


pesquisar neste blog
 
subscrever feeds
blogs SAPO