Segunda-feira, 19 de Outubro de 2015

Do que mais temos ouvido falar (em concomitância com a gestão, ou os gestores (?), do futebol), é dos “pogramas” eleitorais. Cada um acha o seu melhor que o do outro (mas nós é que vamos pagar as favas. Oh, se vamos!), Contudo, o que sabemos, e bem, é que os programas, mormente os seus defensores (todos) não tiveram, e nunca vão ter, por base uma premissa simplicíssima; a “ética”. Sem ela não há “pograma” que lhes (nos) valha, e a prova está aí; vale tudo e o seu contrário.

A ética é um valor organizacional que deve superior respeito à política, à vida comunitária, às actividades empresariais (entidades governamentais, e quejandos). Sempre assim foi, mas nos tempos que correm, e sobretudo no futuro a ética será cada vez um activo de práticas de excelência em gestão.

Como já demos conta (nós, bem como a Europa) vivemos um período difícil, dificílimo, havendo-se mesmo agravado nos últimos tempos – e com resultados futuros imprevisíveis - coisa que, (nesta matéria parecia um exclusivo dos americanos). E por via disso a economia portuguesa, ou melhor, o PIB português vai sentir-se dessa tremenda falta de ética que os europeus, ou melhor dito, os alemães, por via da VW, trouxeram para a discussão pública mundial.

Em tempo, “Charles Handy enfatizou que as empresas que sobrevivem por mais tempo são as que produzem não apenas crescimento e dinheiro, mas excelência, respeito pelos outros e capacidade de tornar as pessoas felizes”. Obviamente em princípios alicerçados na ética.

E, não bastava tudo isto e eis que cai numa discussão incompreensível, também e sobretudo falta de ética na política.

E pode acontecer tudo, mas abriu-se uma querela política trazida para a discussão pública que perdurará como se fira um marco o nosso destino socialmente, no futuro.

No momento em que preparo esta crónica o país vive (continua a viver) em suspense; nada de mal dirão uns, não é coisa que não se resolva, dirão outros. E eu direi que é péssimo. E porquê. Quem tem relações comerciais com o estrangeiro (mesmo países comunitários) sabe que estes não querem saber das performances das empresas, e também não acreditam na banca (na nossa) e mesmo com garantias bancárias não fazem expedição de bens (matérias-primas de base) para Portugal sem que se mostrem liquidadas à cabeça as aquisições a esses países efectuadas.

E, em consequência apraz-me perguntar: essa prole de políticos que promove o stop end go em que estamos a viver se alguma vez geriram alguma coisa. Coisa que trouxesse, ou tivesse de trazer valor acrescentado à sociedade em ordem à sustentabilidade económica e social, ou apenas sabe dizer que estão mandatados pelo povo. Mas qual povo? O povo que não leu, nem percebeu, nem sabe o que diz o “pograma”; só sabe que há o “pograma”. Um programa que traz para a sociedade uma tremenda incerteza por não cumprir os mínimos da razão social; a ética.

Leiria, 2015.10.19



publicado por Leonel Pontes às 16:15
Sexta-feira, 02 de Outubro de 2015

Neste momento último dia da campanha eleitoral, as sondagens apontam previsões do que serão os resultados finais. Contudo, para além desses, cada um de nós poderá ver (e ter) resultados segundo as suas conveniências ou gostos.

Com efeito, no momento em que este texto vier a público a euforia do “prazer” à qual se seguirão momentos de incredulidade (o prazer. Esse delírio já passou). À espera do quanto se falou na campanha venha a trazer algo de concreto, tal seja emprego (que todos reclamaram, mas que afinal ninguém quer) melhor vida geronto-social para os idosos, Enfim, todos esperamos e desejamos melhor bem-estar.

E, embebecidos nesta senda esperamos por um amanhã melhor. Muito melhor. Reflectindo (não só e apenas hoje), numa reflexão longitudinal de quatro décadas de democracia o meu resultado diz-me que vamos continuar a viver na sociedade do doping, uma sociedade que permite e oferece uma espécie de rendimento sem trabalho. E, enquanto isso vamos empobrecendo. Afinal vamos continuar a gerar dívida.

Francamente (a julgar pelo que foi proposto, dito, discutido e muito rebatido) não se vê, nem é crível, que o novo ciclo trazido pelas eleições de 4 de Outubro traga melhor vida social e económica. Primeiro porque as premissas onde assenta uma nova política, nada de melhor trarão. Segundo, tal não é possível porquanto a sociedade portuguesa, a julgar pela inocuidade da verve expendida, nomeadamente por politicozinhos à procura de fonte de rendimento e/ou protagonismo, só veêm elevar o nível de toda uma sociedade atrofiada pelo cansaço. Admita-se pois que vivemos numa sociedade de cansaço. Todos andamos (estamos cansados).

E, para tanto, vejamos o que dizem outros pensadores, filósofos, do nosso tempo, que estudam dados económico e sociais disponíveis equacionando-os com vista à obtenção de um melhor e mais frutífero futuro. E, o que no-lo é dito é que de facto vivemos numa sociedade de cansaço, como afirma o filósofo sul-coreano (radicado na Europa), Byung-Chul Han.

Porém este “ cansaço tem um grande coração” e, por isso, mais direi que não há coração resista a tantos apertos, daí que ao coração da sociedade pode dar-lhe uma síncope e porventura entraremos em asfixia social.

Portanto, por cá, no nosso pequeno espaço, teremos de levar a termo reformas à medida da nossa bolsa, jamais poderemos ter mais olhos que barriga. Com toda a bondade do mundo jamais poderemos continuar a pagar subvenções a quem não trabalha. E repetimo-nos, se assim for vamos continuar a gerar dívida.

Subsidiar necessitados é um dever de solidariedade mas, este deve, desde logo, começar por aquele que recebe, esse tem que produzir algo para a sociedade, até mesmo para fazer jus a uma corrente política que lembra e relembra a todo o passo que teremos de ganhar a batalha da produção e esta só acontecerá por via do trabalho. Tudo o mais que possamos dar mais não é do que um prazeroso sedativo dopante.  

Leiria, 2015.09.30



publicado por Leonel Pontes às 11:47
A participação cívica faz-se participando. Durante anos fi-lo com textos de opinião, os quais deram lugar à edição em livro "Intemporal(idades)" publicada em Novembro de 2008. Aproveito este espaço para continuar civicamente a dar expres
mais sobre mim
Outubro 2015
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3

4
5
6
7
8
9
10

11
12
13
14
15
16
17

18
20
21
22
23
24

25
26
27
28
29
30
31


pesquisar neste blog
 
subscrever feeds
blogs SAPO