Do que mais temos ouvido falar (em concomitância com a gestão, ou os gestores (?), do futebol), é dos “pogramas” eleitorais. Cada um acha o seu melhor que o do outro (mas nós é que vamos pagar as favas. Oh, se vamos!), Contudo, o que sabemos, e bem, é que os programas, mormente os seus defensores (todos) não tiveram, e nunca vão ter, por base uma premissa simplicíssima; a “ética”. Sem ela não há “pograma” que lhes (nos) valha, e a prova está aí; vale tudo e o seu contrário.
A ética é um valor organizacional que deve superior respeito à política, à vida comunitária, às actividades empresariais (entidades governamentais, e quejandos). Sempre assim foi, mas nos tempos que correm, e sobretudo no futuro a ética será cada vez um activo de práticas de excelência em gestão.
Como já demos conta (nós, bem como a Europa) vivemos um período difícil, dificílimo, havendo-se mesmo agravado nos últimos tempos – e com resultados futuros imprevisíveis - coisa que, (nesta matéria parecia um exclusivo dos americanos). E por via disso a economia portuguesa, ou melhor, o PIB português vai sentir-se dessa tremenda falta de ética que os europeus, ou melhor dito, os alemães, por via da VW, trouxeram para a discussão pública mundial.
Em tempo, “Charles Handy enfatizou que as empresas que sobrevivem por mais tempo são as que produzem não apenas crescimento e dinheiro, mas excelência, respeito pelos outros e capacidade de tornar as pessoas felizes”. Obviamente em princípios alicerçados na ética.
E, não bastava tudo isto e eis que cai numa discussão incompreensível, também e sobretudo falta de ética na política.
E pode acontecer tudo, mas abriu-se uma querela política trazida para a discussão pública que perdurará como se fira um marco o nosso destino socialmente, no futuro.
No momento em que preparo esta crónica o país vive (continua a viver) em suspense; nada de mal dirão uns, não é coisa que não se resolva, dirão outros. E eu direi que é péssimo. E porquê. Quem tem relações comerciais com o estrangeiro (mesmo países comunitários) sabe que estes não querem saber das performances das empresas, e também não acreditam na banca (na nossa) e mesmo com garantias bancárias não fazem expedição de bens (matérias-primas de base) para Portugal sem que se mostrem liquidadas à cabeça as aquisições a esses países efectuadas.
E, em consequência apraz-me perguntar: essa prole de políticos que promove o stop end go em que estamos a viver se alguma vez geriram alguma coisa. Coisa que trouxesse, ou tivesse de trazer valor acrescentado à sociedade em ordem à sustentabilidade económica e social, ou apenas sabe dizer que estão mandatados pelo povo. Mas qual povo? O povo que não leu, nem percebeu, nem sabe o que diz o “pograma”; só sabe que há o “pograma”. Um programa que traz para a sociedade uma tremenda incerteza por não cumprir os mínimos da razão social; a ética.
Leiria, 2015.10.19