O humano está (é) dotado de múltiplas inteligências: “capacidades de resolver problemas ou de criar produtos que sejam valorizados dentro de um ou mais cenários culturais”. De entre estas, daremos ênfase nesta abordagem à inteligência emocional: “capacidade de reconhecermos aos nossos sentimentos e aos dos outros, de nos movimentarmos e de gerirmos bem as emoções em nós e nas nossas relações”. Esta inteligência goza da qualidade distintiva de complementarmos a inteligência académica, as capacidades cognitivas medidas pelo Quociente de Inteligência (QI).
Com efeito e como se compreenderá a formação escolar e/ou académica por melhor que tenha sido no percurso de vida, se não interagir com a inteligência emocional dificilmente hão-de ser atingidos objectivos de excelência.
E vejamos: “um jovem engenheiro que acabou o curso com boas notas foi trabalhar para uma empresa mas ao fim de pouco tempo foi despedido. Porquê? Academicamente era brilhante, mas não aceitava as directivas da empresa e mostrava dificuldades de relacionamento. Não aceitava opiniões alheias e agia ao seu livre arbítrio. Tudo estava mal, e tudo lhe merecia crítica. Refugiava-se sempre no jargão: estamos em crise. E para tudo encontrava uma escapadela na crise que não contextualizava, isto é; a crise era a mãe de todas as incapacidades.
Estas duas diferentes inteligências, a intelectual e a emocional correm (autogerem-se) em diferente regiões do nosso cérebro e para tirarmos partido delas temos de aprender a geri-las como no-lo apontou Howard Gardner, psicólogo. Portanto não se poderá dar por adquirido que um curso é suficiente e bastante para entrar no mundo das tarefas. Temos também de saber tirar partido dos desafios que se nos apresentam pela frente em ordem a usufruirmos das vantagens competitivas que o dia-a-dia nos oferece. Sendo certo que que esta metodologia de acção não aproveita só aos jovens no início das suas actividades profissionais. Também deve de aproveitar aos seniores em matéria de bem gerir as suas relações emocionais com os jovens em início de carreira.
Portanto, não basta ter um curso deixando escarranchado em cima deste a convicção de que por si só nos guindará aos píncaros da excelência. Para além do saber fazer, mister é que se saber estar, de contrário poder-se-ão estar a potenciar incertezas. Acresce ainda dizer que, quer as pessoas, quer as organizações têm de ser vistas como um todo num processo interactivo de organização que aprende.
Em suma agora que se inicia um novo ciclo político não deveríamos perder de vista que um novo ciclo formativo também deve estar em equação de modo a activar capacidades intelectuais e capacidades emocionais. Ou seja inteligência emocional. Quem melhor saber gerir esta melhor atingirá objectivos de excelência nas funções que desempenhar.
Leiria, 2016. 01.01