Sexta-feira, 01 de Janeiro de 2016

O humano está (é) dotado de múltiplas inteligências: “capacidades de resolver problemas ou de criar produtos que sejam valorizados dentro de um ou mais cenários culturais”. De entre estas, daremos ênfase nesta abordagem à inteligência emocional: “capacidade de reconhecermos aos nossos sentimentos e aos dos outros, de nos movimentarmos e de gerirmos bem as emoções em nós e nas nossas relações”. Esta inteligência goza da qualidade distintiva de complementarmos a inteligência académica, as capacidades cognitivas medidas pelo Quociente de Inteligência (QI).

Com efeito e como se compreenderá a formação escolar e/ou académica por melhor que tenha sido no percurso de vida, se não interagir com a inteligência emocional dificilmente hão-de ser atingidos objectivos de excelência.

E vejamos: “um jovem engenheiro que acabou o curso com boas notas foi trabalhar para uma empresa mas ao fim de pouco tempo foi despedido. Porquê? Academicamente era brilhante, mas não aceitava as directivas da empresa e mostrava dificuldades de relacionamento. Não aceitava opiniões alheias e agia ao seu livre arbítrio. Tudo estava mal, e tudo lhe merecia crítica. Refugiava-se sempre no jargão: estamos em crise. E para tudo encontrava uma escapadela na crise que não contextualizava, isto é; a crise era a mãe de todas as incapacidades.

Estas duas diferentes inteligências, a intelectual e a emocional correm (autogerem-se) em diferente regiões do nosso cérebro e para tirarmos partido delas temos de aprender a geri-las como no-lo apontou Howard Gardner, psicólogo. Portanto não se poderá dar por adquirido que um curso é suficiente e bastante para entrar no mundo das tarefas. Temos também de saber tirar partido dos desafios que se nos apresentam pela frente em ordem a usufruirmos das vantagens competitivas que o dia-a-dia nos oferece. Sendo certo que que esta metodologia de acção não aproveita só aos jovens no início das suas actividades profissionais. Também deve de aproveitar aos seniores em matéria de bem gerir as suas relações emocionais com os jovens em início de carreira.

Portanto, não basta ter um curso deixando escarranchado em cima deste a convicção de que por si só nos guindará aos píncaros da excelência. Para além do saber fazer, mister é que se saber estar, de contrário poder-se-ão estar a potenciar incertezas. Acresce ainda dizer que, quer as pessoas, quer as organizações têm de ser vistas como um todo num processo interactivo de organização que aprende.

Em suma agora que se inicia um novo ciclo político não deveríamos perder de vista que um novo ciclo formativo também deve estar em equação de modo a activar capacidades intelectuais e capacidades emocionais. Ou seja inteligência emocional. Quem melhor saber gerir esta melhor atingirá objectivos de excelência nas funções que desempenhar.

Leiria, 2016. 01.01



publicado por Leonel Pontes às 16:45
Sexta-feira, 01 de Janeiro de 2016

Durante anos, neste espaço imprensa e noutros, expressei pontos de vista sobre factos/acontecimentos económicos, sociais, político-fiscais e outros, alavancados na minha formação de Técnico Oficial de Contas e/ou de Contabilista Certificado e mesmo de Licenciado em Psicologia. Porém, doravante passarei a assinar os meus textos capeados numa outra formação académica: Mestre em Gestão de Human Resources.

Hoje, primeiro dia de mais um ano civil e económico, e por muito tempo, as conversas hão-de girar em torno de: como será ano de 2016? Mas logo se conclui, porventura com escassa discussão, que vai ser mais um ano de crise. E será? Ou só o será se nós quisermos? Crise não é um fatalismo! Só há crise para quem renuncia ao seu compromisso social.

E enquanto isso, valerá a pena começar o ano por aconselhar a darem uma vista de olhos pela obra “Capitalismo, Socialismo e Democracia (1942) ” do economista austríaco Joseph Schumpeter obra de mesinha de cabeceira, digo eu, que ficou célebre pela sua abordagem em matéria de “destruição criadora” tendo por base o excesso de inovações económicas.

Com efeito, nos tempos que correm o que damos conta é de que todos entendem que podem reivindicar mais e mais. Ora não é crível que o nosso modelo de gestão económico-social tenha uma estrutura que confira sustentabilidade de modo a garantir, sem demais contrapartidas, tudo quanto se possa ambicionar. Portanto, se é certo que se pode reivindicar o económico-social, dever-se-ia também começar por reivindidar o económico-cultural.

Se todos quisermos saber mais e melhor poderemos, efectivamente, alcançar demais padrões de conhecimento político, económico-empresarial, social e sobretudo ético em ordem a destruir o que se apresentar irrentável dando por essa via lugar ao que de novo seja concebido, quiçá entrando assim no âmago de uma força criadora que suporte o que paulatinamente vamos destruindo, que sem darmos por isso – ou talvez não - estamos a imprimir à sociedade. Portanto, sociologicamente todos somos elementos e componentes de uma vasta máquina que se bem gerida traz bem-estar em vez de défices de todo a ordem.

Numa dicotomia Keynesianos e Marxistas, Schumpeter enfatizava na sua cátedra que não interessava o que se pensava. O importante era que se pensasse. E na sua esteira direi que - ao nosso tempo - não importa o que reivindica a social-democracia ou o socialismo. O importante é que as reivindicações tragam benefícios sociais em vez de assimetrias sociais. Isto é, benefícios para uns e mais carências, para outros.

Com efeito, o novo ano tem de ser sobretudo um ano de acção comportamental, de profícuo trabalho, de reorganização e de formação sociocultural. E, pese embora termos um governo assente em pés de barro 2016 só será um ano de crise se todos nós renunciarmos ao nosso compromisso social.

Acresce dizer que também os governantes, mormente, a rapaziada da Assembleia da República deverá fazer a seu upgrade socioeducativo. De outro modo não haverá “destruição criadora”, antes, e, irremediavelmente somos levados por vias que só nos autodestroem.

Leiria, 2016. 01.01



publicado por Leonel Pontes às 10:20
A participação cívica faz-se participando. Durante anos fi-lo com textos de opinião, os quais deram lugar à edição em livro "Intemporal(idades)" publicada em Novembro de 2008. Aproveito este espaço para continuar civicamente a dar expres
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