Sexta-feira, 01 de Julho de 2016

 Os conflitos não são acontecimentos dos nossos dias, a história assim no-los relata. Com maior preponderância a partir da Revolução Industrial iniciada em Inglaterra em 1760, que trouxe consigo novas fontes de energia, a divisão e especialização do trabalho, a aplicação da ciência à indústria, o capitalismo como sistema dominante. Mas, também trouxe dissonâncias, o que levou a que filósofos deixassem marcos indeléveis na história por via de dissertações e outros meios de expressão sobre desigualdades sociais. Assim, por volta de 1902 segundo abordagens levadas a termo por William James, filósofo e psicólogo Americano, surge um “novo” paradigma, porventura mesmo uma nova mudança de perspectiva (do negativo para positivo) e enfatizava “a determinação da mente em ser saudável”.

Daí em diante surge, pois, a Psicologia positiva que passa a estudar o funcionamento positivo da personalidade, do bem-estar subjectivo, da resiliência. E mais diziam mais estudiosos que se lhe seguiram, que mente saudável não é apenas cuidar do que está danificado é sobretudo cuidar de algo ou de alguém e fomentar o que temos de melhor. Hoje sabe-se que mentes saudáveis a algum tempo de hão-se traduzir num capital económico.

 Ainda por via das revoluções, o despotismo francês provocou razão social em ordem a contrariar o status quo da monarquia, ficando para a história relatos da época, tais como: “ao amanhecer do dia 14 de Julho de 1789, no Palácio de Versalhes, quando os criados da imensa corte, entre os quais se encontra Sidonie Laborde, serviçal muito particular de Maria Antonieta, rapariga ilustrada nas coisas das letras e, portanto, destacada para leitora da rainha. Sidonie não sabe – tal como a maior parte dos que aí habitam – que Paris está em tumulto e que nesse dia vai ocorrer um evento que mudará a História: o povo em cólera vai tomar a velha fortaleza da Bastilha (Ramos, J., 2012, p. 20)

 A revolução deu à França o seu lema “igualdade, liberdade e fraternidade”. Era o lema dos idealistas que queriam “ter o seu bolo e comê-lo”, porquanto não tiveram em conta que em política existe um compromisso entre a liberdade e igualdade e muito pouca fraternidade (Hofstede, G., 1991), ou seja um ideal, que afinal não passou disso mesmo um ideal, tanto mais que logo a seguir emergiu a ditadura napoleónica.

 Porém, não se poderá daqui diagnosticar as grandes causas sociais, do passado, do presente, ou futuras, mas poder-se-á dizer que “nunca houve melhor época do que a de hoje para mudar o mundo” (Naisbitt, J., 1985). Este é o lema de todos os idealistas desde que mundo é mundo.

 As capacidades psicológicas positivas, quando bem geridas têm impacto no desempenho social-económico, ou seja os valores das acções individuais são também organizacionais; nesse sentido quando se verifica uma correlação entre capacidades psicológicas positivas (esperança, otimismo, resiliência e auto-eficácia) forja-se um capital psicológico que se consubstanciará oportunamente em resultados económicos, que a todos deverá aproveitar.

 Pois sim, e o que nos traz agora o conflito político brexite aos países membros da União Europeia? Em princípio de capital psicológico ou económico pouco ou mesmo nada (isto é, apenas potencia a psicologia negativa, ou a psicologia das perturbações. Com efeito, coisa carece de aprofundado estudo psico-sociológico.

 Leiria, 2016. 07. 01



publicado por Leonel Pontes às 10:47
A participação cívica faz-se participando. Durante anos fi-lo com textos de opinião, os quais deram lugar à edição em livro "Intemporal(idades)" publicada em Novembro de 2008. Aproveito este espaço para continuar civicamente a dar expres
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