Quinta-feira, 25 de Agosto de 2011

Quem não tem dinheiro - ou habituado foi a viver com ele muito contado - vive em permanente aflição; sempre assim foi! E, por vezes até, caem no desespero. Ainda assim, na generalidade vivem emocionalmente felizes. Pouco se preocupam com desvalorizações, bancas rotas, ou com quanto possa acontecer à moeda que mensura os seus bens.

 

Por sua vez, aquele que tem farto pé-de-meia está sempre com medo de perder o que tem. Por isso vive em permanente conflito consigo mesmo: “ai que me levam o meu dinheiro”, esquecendo-se que o dinheiro não é seu, antes gerem um bem de troca, o qual pelas vicissitudes da vida, uns conseguiram “agarrar” mais do que outros.

 

Esses têm a permanente preocupação de colocarem tais meios a recato, sendo que o caminho mais fácil é colocá-lo à guarda de paraísos fiscais; esperando que outros façam por si a sua gestão; ainda assim acham que o país que os acolhe e lhes garante condições de vida, por si mais havia de fazer.

 

Renunciam e renegam o progresso do país. Empresário, político, ou governante sem escrúpulos sempre encontram caminho para colocar algures, desde a Suíça às ilhas Caimão, o dinheiro que fazia falta ao desenvolvimento nacional.

 

Portugal – e falemos só de nós, pouco nos interessa por agora o que vai em casa dos outros -, mercê da sua gestão, colocou-se à boca do precipício bancarrota, o que já aconteceu por outras vezes -, mas o que interessa agora é encontrar solução para a nossa crise financeira quando temos concidadãos a colocarem continuamente, ao que se sabe pelo que é divulgado, fortunas fora de portas.

 

Esses são os cidadãos que fazem a política de cuco, colocam os ovos noutros ninhos para que outros os choquem, esquecendo-se que é aqui, em Portugal, que lhes são asseguradas as necessárias condições de vida; todas.

 

Portanto, salvo melhor opinião, talvez fosse de pensarem que o dinheiro deve estar onde faz falta. E, assim sendo, os milhões que colocam fora do giro económico nacional se estivesse no país davam um grande jeito ao desenvolvimento português. Esses actos, são os verdadeiros actos de cidadania.

 

Deixem-se de fazer de cucos; porque havemos de renunciar ao nosso portuguesismo?

 

Leiria, 25.08.2011



publicado por Leonel Pontes às 14:41
A participação cívica faz-se participando. Durante anos fi-lo com textos de opinião, os quais deram lugar à edição em livro "Intemporal(idades)" publicada em Novembro de 2008. Aproveito este espaço para continuar civicamente a dar expres
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