Noam Chomsky, psico-filósofo norte-americano ataca o capitalismo industrial e o socialismo de estado precisamente pela sua falta de humanismo, dado o reiterado uso duma linguagem extravagante para exprimir pensamentos de verbo fácil que por isso mesmo tornou o mundo de controvérsias, de pensamentos vazios e de nulo interesse para os cidadãos quaisquer que eles fossem.
Nunca se viu, pois, nem a história no-lo relata, que o mundo estivesse tão prestes a derrocadas, que podem ocorrer seja lá onde for, tendo por pavio o desbragado verbo como, por exemplo, o do actual presidente da América. Porém, é bom lembrar que o mundo é um espaço plano, segundo Friedman, o que equivale por dizer que todos falamos com todos, todos somos vizinhos de todos, todos devemos a todos e todos temos a haver de todos. Com efeito, todos temos o nosso dinheiro em simbiose com todos os espaços económicos e, por isso mesmo, todos somos afectados por via dessas derrocadas, posto que todos somos devedores a todos e de todos somos credores.
Todavia, por cá, temos andado a ouvir música celestial; dizem-nos que está tudo bem, que estamos como nunca estivemos, assim no-lo apregoam. E, tudo isto é linguagem a exprimir pensamentos falaciosos. Se assim fosse, como se compreenderia que a nossa dívida pública continue a subir. Já vai para além dos “duzentos e quarenta e um mil milhões de euros”. E já ouvimos dizer que as nossas dívidas vão ficar para as calendas. Não são para pagar. Pois sim, que fiquem para as calendas!
É sempre bom ter presente, relembrando, que Portugal já foi à bancarrota 8 vezes, sendo que a última das quais ocorreu nos finais da monarquia, 1892. Tendo acabado de ser liquidada já no pós-25 de Abril. Assim se conclui que as dívidas sempre haverão de ser pagas. Ou não são?
Em conclusão; se temos uma dívida colossal em crescendo, se os juros continuam a subir, se a economia não produz valor acrescentado, se a balança comercial é desfavorável – isto é, se importamos mais do que exportamos -, se continuamos a descansar mais do que a produzir. Embora no-lo digam o contrário, a meu ver o caminho final é mesmo a bancarrota, basta só equacionar os dados.
Leiria, 2017.02.07